sábado, 10 de outubro de 2009

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 19


O PAQUETE “QUANZA” E A SUA PRIMEIRA ESCALA NO PORTO DE LEIXÕES


Paquete QUANZA / postal da CNN /..



14/09/1929, pelas 17h00, procedente de Hamburgo, entrou no porto de Leixões, na sua viagem inaugural, o paquete Português QUANZA da Companhia Nacional de Navegação, Lisboa. O piloto Manuel Pinto da Costa dirigiu as manobras de entrada, indo fundeá-lo na covada do Molhe Sul, a dois ferros. A 15, pelas 23h00, abandonou o porto de Leixões com destino ao porto de Lisboa e os principais portos dos territórios Portugueses de África com carga diversa e passageiros, sendo o piloto Carlos Sousa Lopes, quem dirigiu as manobras de saída.

O QUANZA, 133m/6.403tb, foi entregue a 05/09/1929 pelos famosos estaleiros Blohm & Voss, Hamburgo, à Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, que lhe tinha atribuido o nome de PORTUGAL (III), contudo, ainda na carreira, aquele nome foi alterado para QUANZA, tendo sido colocado ao serviço da linha de Portugal para os portos das colónias Portuguesas de África. As suas acomodações serviam 532 passageiros e 148 tripulantes. Era um vapor de linhas airosas, tendo tido a particularidade de ter sido a primeira unidade mercante Portuguesa com popa de cruzador. As suas duas hélices, movidas por duas máquinas, davam-lhe uma velocidade de 13 nós. Em 10/12/1968, juntamente com o vapor SOFALA, chegava ao porto Espanhol de Castellon, onde terminou os seus dias como sucata.



O paquete QUANZA saindo do porto de Leixões em 30/03/1968 /(c) Rui Amaro /.



Em 1931 colidiu, fortemente no porto de Lisboa, com o vapor Português SANTA IRENE, tendo este ficado com a proa despedaçada pela amura de bombordo e durante a guerra de 1939/45 realizou, juntamente com outros paquetes Portugueses, várias viagens aos E.U.A., Cuba e México transportando refugiados Judeus fugidos aos horrores do nazismo, além disso também fez algumas viagens com carga, passageiros e tropas, aos territórios do Estado Português da Índia, Macau e Timor, e durante a 2ª guerra Mundial e a guerra colonial transportou tropas para o território de Angola.

Fonte: José Fernandes Amaro e Miramar Ship Index.

(Continua)

Rui Amaro

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