quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 91

VÁRIOS NAVIOS SOFRERAM INCIDENTES Á ENTRADA DA BARRA DO DOURO


A 15/03/1932, entre outras embarcações, entraram a barra do Douro os vapores Noruegueses ALA e ENDYMION, os quais desgovernaram às pedras, devido a águas de ronhenta, que também formam os incómodos estoques de água. Às 15h10 entrava a barra o ALA, 1916-1941/66m/ 933tb, piloto António Duarte, que largou o ferro de estibordo e máquina toda força à ré, a fim de evitar o encalhe no enrocamento da Forcada, ao cais Velho, virou o ferro e seguiu rio acima até dar fundo e amarrar no lugar do Sandeman. Pelas 16h00, foi a vez do ENDYMION,?/ ?/ ?, piloto Júlio Pinto de Carvalho, que foi obrigado a lançar o ferro de estibordo e andar à ré, além do rebocador MARS 2º, que auxiliava as manobras de entrada, puxar a todo vapor para estibordo, a fim de evitar o encalhe no mesmo enrocamento e após endireitar ao canal, suspendeu o ferro e seguiu para montante, deixando o rebocador junto do lugar de Sobreiras, indo amarrar no lugar do Ramos Pinto. Ambos os vapores seguiram para os seus ancoradouros, sem mais percalços.

A 18/03/1932, pelas 10h15, o Inglês LILLEBURN,?/ ?/ ?, piloto Joaquim Matias Alves, ao passar junto da Forcada, foi de guinada a bombordo sobre o cais Velho e de imediato largou o ferro de estibordo e máquina de força à ré, e evitando o encalhe foi ao meio do rio, retomando a sua marcha indo amarrar no lugar da Fontinha. Às 11h10 foi a vez do navio-motor Alemão GAUSS, 1925-1942/76m/1.236tb, piloto Francisco Soares de Melo, que mesmo com a assistência do rebocador TRITÃO desgovernou e foi de guinada às mesmas pedras, efectuou manobra idêntica ao seu antecessor e seguiu para montante, logo a seguir ao alcançar a pedra do Touro, cerca de cem metros para vante, desgovernou de novo a bombordo, pelo que se viu obrigado a largar o ferro de estibordo e máquina de força à ré, além do rebocador puxar para o meio do rio mas pouco lhe valendo, porque chegou a encostar ao enrocamento entre a pedra da Gamela e o dique da Meia Laranja, felizmente não ficando preso nem arrombado. Entretanto, auxiliado pelo rebocador, desviou-se para o meio do rio e prosseguiu viagem para montante, até dar fundo no lugar do cais do Monchique, tendo largado o cabo de reboque junto da Ínsua do Ouro, sem mais novidade.

Pelas 17h00, do mesmo dia, entrava o Estoniano KAI, 1928-1941/ 78m/ 1.241tb, piloto Francisco Soares de Melo, sendo auxiliado pelo LUSITÂNIA, ao chegar à pedra da Forcada, guinou a bombordo, tendo largado o ferro de estibordo e máquina à ré, e conseguindo manobrar para o canal, suspendeu o ferro e dando mais vapor à máquina para vencer a corrente de cima e governar, seguiu para montante, até dar fundo no lugar de Santo António do Vale da Piedade, sem mais percalços. O rebocador largou a amarreta entre as bóias dos Arribadouros.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior

(continua)

Rui Amaro


domingo, 15 de agosto de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 90

O VAPOR “RUCKINGE” SOFRE NOVO ACIDENTE À ENTRADA DA BARRA


A 21/01/1932, pelas 08h15, principiaram a demandar a barra do Douro as seguintes embarcações: navio-motor tanque Português SHELL 15, piloto José Fernandes Amaro Júnior; lugre-motor Português HORIZONTE, piloto Joaquim Matias Alves; vapor Holandês IRIS, piloto Hermínio Gonçalves dos Reis; Português ALFERRAREDE conduzido pelo rebocador DOURO PRIMEIRO, piloto António Gonçalves dos Reis; Inglês RUCKINGE auxiliado pelo rebocador LUSITÂNIA, piloto José Pinto Ribeiro; Alemão TENERIFE, piloto Eurico Pereira Franco, levando o rebocador TRITÃO à proa, e saíram o Inglês PROCRIS, piloto João António da Fonseca; Alemão TANGER, piloto João Pinto de Carvalho e às 16h00 saiu em lastro, o navio-motor tanque SHELL 15, que havia entrado pela manhã, piloto José Jeremias dos Santos. No entanto o RUCKINGE ao chegar, pelas 11h00, diante da pedra do Touro, guinou a bombordo e largou o ferro de estibordo, além de meter máquina à ré. O rebocador LUSITÂNIA puxou para estibordo, conseguindo levá-lo ao canal e virando o ferro, seguiu rio acima, largando o cabo de reboque entre as bóias dos Arribadouros. Seguiu para montante e deu fundo no lugar dos Vanzelleres, sem mais percalços.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior

(continua)

Rui Amaro