quinta-feira, 6 de setembro de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 251

O FALECIMENTO DO PILOTO-MOR JOSÉ PINTO DE ALMEIDA - PANTALEÃO



A 26/07/1944 faleceu na sua residência à Foz do Douro, com oitenta anos de idade, devido a doença prolongada,o piloto-mor José Pinto de Almeida, mais conhecido por “O Piloto-Mor Pantaleão”, que se encontrava na situação de reformado, tendo ficado sepultado no cemitério local, onde ainda hoje jáz em jazigo de família.
No dealbar do século XIX para o século XX foram admitidos a pilotos práticos das barras do Douro e Leixões, dois candidatos de nome José Pinto de Almeida e António Pinto de Almeida, ambos irmãos, também eles conhecidos pela alcunha de “Pantaleão”. O José foi empossado no cargo de piloto-mor a 16/11/1925, tendo sido um chefe carismático, que defendia os seus subalternos, quando por qualquer motivo eram chamados à presença do capitão do Porto, por quem era muito admirado e respeitado.
Foi um piloto-mor que começou a dar um certo dinamismo à corporação, de que se destaca a sua deslocação à Alemanha, a fim de adquirir a primeira lancha-motor, a P1, e timha também a particularidade de ter sido um verdadeiro lobo-do-mar no salvamento de inúmeros náufragos, além de ser muito capacitado no lançamento de foguetões para estabelecer o cabo de vaivém para resgate das tripulações das embarcações em perigo na barra ou na costa, e assim foi aquando do encalhe do paquete Inglês VERONESE, da Lamport & Holt Line, de Liverpool, ocorrido junto do lugar da Boa Nova, Leça da Palmeira, em 16/01/1913, e em que a sua participação foi muito activa e meritória no resgate de muitos náufragos.

naufrágio do VERONESE no lugar da Boa Nova, Leça da Palmeira. 

O meu pai, que foi seu subalterno, contava-me, que um certo dia, na capitania, quando um capitão do porto advertia aquele piloto-mor por um piloto da barra ter utilizado a sirene do vapor que conduzia de saída diante da capitania, aquele superior hierárquico proibira as embarcções de fazerem uso da sirene, o que obviamente era contra-producente, dado que nesse tempo o porto do Douro possuia um tráfego fluvial e maritimo intenso. Aquele piloto-mor isurgindo-se contra o capitão do porto, parece que o toque incomodva aquele oficial de marinha, e chamando-o à razão das consequências da sua ordem, frisou-lhe que a partir de então, os seus subordinados passariam a fazer uso da sirene, quando para tal o entendessem e ainda mais lhe disse “Menino, aqui (na capitania) mandais Vós, mas lá em baixo (na barra e no rio), quem sabe e manda sou eu!”, e indignado abandonou o gabinete do capitão do porto, sem mais nem menos, e desde então, a navegação no porto do Douro passou a apitar, sempre que necessário.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior.
Imagens: autor desconhecido
(continua)
Rui Amaro

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