quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 137

PERDA DE AMARRAS E SEU RESGATE ENQUANTO AS EMBARCAÇÕES AGUARDAVAM ENTRADA NOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES


O EHEA no porto de Amesterdão / autor desconhecido - KNSM /.


A 11/01/1934, quando o vapor Português ZÉ MANÉL se encontrava fundeado ao largo da costa, aguardando a chegada do piloto, a fim de demandar a barra do Douro, devido à forte ondulação e ao vento intenso, que se fazia sentir, partira-se-lhe a amarra, pelo que se perdeu o ferro de bombordo com 15 braças de corrente. A 24/02 foi a vez do vapor Sueco LENITA, piloto Francisco Soares de Melo, perder um dos ferros, devido à forte nortada. A 19/03 coube a vez ao vapor Holandês RHEA, piloto Aires Pereira Franco, perder o ferro devido à forte ondulação, o qual, logo de seguida, foi rocegado e recuperado, tendo aquele vapor demandado a barra, sem mais percalços e a 31/03 o vapor Português VILLA FRANCA, piloto Delfim Duarte, também partiu a amarra, quando suspendia o ferro para se fazer à barra, contudo dois dias depois, quando da sua saída da barra, foi rocegar o local e conseguiu pegar e recuperar o ferro perdido.

Nestas situações, os pilotos da barra ou os próprios capitães, para evitar perder a maré, ou com pessoal de estiva já chamado, logo que a amarra era perdida, tomavam nota da posição pelas marcas em terra, para aquando da saída voltarem ao local, e mais das vezes eram bem sucedidos no resgate da amarra perdida.A lancha de pilotar colaborava nessas operações.

Haviam casos de ao suspender a amarra, o ferro estar bem pegado no leito do oceano, na penedia ou em qualquer naufrágio, e nesse caso para não haver demoras na entrada ou nas operações comerciais, desmanilhavam a corrente da amarra, que era deixada no mar suspensa em bidões vazios, e aquando da largada do porto, antes de seguirem viagem para o porto de destino, iam tentar a sua sorte para resgatar a amarra.

Era um costume antigo, os armadores ou mesmo as companhias seguradoras gratificarem o pessoal envolvido nessas operações, nomeadamente os pilotos da barra ou os capitães.

RHEA - 85m/ 1.386tb/ 9,5nós; 04/1922 entregue por Lobitische Schhespsbow Mij., Lobith, Holanda; 01/03/1943 bombardeado e afundado por aeronave ao largo de Napoles.

Fontes: José Fernandes Amaro Jónior; Kroonvaarders.

(continua)

Rui Amaro

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 136

A LAITA "MARIA ADOZINDA" DESFAZ-SE NA PRAIA DO OURIGO DEPOIS DE BATER E ARROMBAR NAS PEDRAS DA PONTA DO DENTE


A 26/04/1928, ao fim da tarde, a população da Foz do Douro, correu alarmada para a entrada da barra, quasi que enchendo por completo o dique da Meia Laranja e o paredão do Farolim da Barra, pois fora dado sinal de que estava a naufragar uma enbarcação.

De facto, assim era, e toda aquela gente assistia impressionada às diversas fases do sinistro.

Acontecera que a 27 entraria em Leixões o paquete Alemão GOTHA, 1907-1933/ 140m/ 6.653tb, da Nordeutscher Lloyd, Bremen, que vinha receber passageiros para os portos do Rio de Janeiro, Santos, Montevideu e Buenos Aires.

Como esse vapor levava carga diversa, a laita MARIA ADOZINDA, pertencente a David José de Pinho, da praça do Porto, esteve durante o dia de ontem recebendo aquela que se lhe destinava e que era constituída m na sua maioria por caixas de vinho do Porto, das firmas Borges & Irmão, Ramos Pinto, Calem e outras.

Logo que a carga ficou toda estivada a bordo, o mestre Candido Monteiro, ordenou, cerca das 18h30, que o rebocador BURNAY 2º levasse a laita para Leixões, onde esperaria a chegada do paquete GOTHA.

Com efeito, a viagem iniciou-se sem novidade a caminho da bsrra.

O mar apresentava-se com alguma agitação, fazendo-se sentir o vento fresco de sudoeste.

Quando o rebocador BURNAY 2º começou a demandar a barra com a laita, parece que devido ao mar e ao vento, a MARIA ADOZINDA foi descaindo até que bateu nas pedras denominadas Ponta do Dente, que resultou abrir rombo e começar a naufragar.

A bordo do rebocador BURNAY 2º deram logo pelo desastre e como vissem que iriram também correr perigo, pois ao largo já se formava mar de andaço, a machado cortaram a amarreta que puxava a laita, livrando-se assim de iminente naufrágio.

O BURNAY 2º vendo-se livre, tratou de prestar socorro ao mestre da laita, Candido Monteiro e ao outro tripulsnte que o acompanhava.

A abordagem, porém, não se podia fazer. Então, aqueles dois homens, metidos em bóias, lançaram-se ao mar, e foram recolhidos, embora com sacrifícios, pelo rebocador, que os trouxe rio acima, sem mais novidade.

Nessa altura, da estação de pilotos da barra, na Foz do Douro, era pedido o socorro do salva.vidas da Afurada, que não se fez demorar, mas já não puderam ser utilizados os seus serviços devido aos dois náufragos estarem já a bordo do rebocador.

A MARIA ADOZINDA, porém, devido às vagas, e meio naufragada, andou balouçando por algum tempo na entrada da barra, até que impelida pelas mesmas vagas foi dar à praia do Ourigo, ao norte do castelo da Foz.

Momenro depois, começou a desfazer-se, arremessando para o areal tanto a madeira do seu casco como as caixas de vinho e outra mercadoria,

Algumas daquelas caixas já vinham desfeitas, vendo-se também ali muitas garrafas espalhadas.

O povo, em grande massa, acorreu àquela praia, começando a transportar para longe tudo o que podia, até os guarda-freios e cobradores dos carros eléctrico e os passageiros iam ao areal buscar caixas para as levar consigo, e os poucos condutores de veículos que naqueles tempos havia também procediam da mesma forma. Pudera!

O guarda-fiscal ali de serviço viu-se impotente para obstar aquela pouca-vergonha, chegando a disparar alguns tiros para o ar.


Paquete GOTHA / NDL, Bremen /


Foi preciso o auxílio da polícia da esquadra da Foz, para obrigar os populares a colocarem-se á distancia.

Rara era a casa junto da praia, que não tivesse um falso ou alçapão, muito bem dissimulado, para esconder o produtos e utensílios do saque dos naufrágios, e o meu avô materno também o tinha.

O guarda-fiscal vasculhava as casas ribeirinhas, mas muito raramente era bem sucedida. Está claro, que a instituição não possuía os meios rápidos de que hoje dispõem, pois iam a pé, a cavalo ou de carro eléctrico, apesar de terem postos ao logo de toda a costa. Aqui na Foz do Douro parece que há quem tenha garrafas de vinho do Porto deste naufrágio.

Contava-me o saudoso mestre de obras Fernando Amaral, aqui da Foz do Douro, que em adolescente, vindo da obra em que trabalhava para os lados de Matosinhos, após um dia de trabalho, usualmente percorria o trajecto até sua casa pela praia, e no dia do naufrágio da MARIA ADOZINDA, começou a encontrar muita caixa de vinho do Porto depositada na restinga, e vai daí há que levar uma caixita ao ombro para casa, quando se vê no meio do silvar de balas disparadas pelas praças da guarda-fiscal, e há que largar a caixita e por-se ao largo. A guarda também exagerava!

Aqui no rio Douro, mais propriamente no lugar do Quadro da Alfandega, um certo dia houve incêndio na carga de fardos de algodão que estava à descarga de um vapor, e há que alijar fardos ao rio, uns afundavam-se outros flutuavam e vinham ao sabor da vazante, e o pessoal ribeirinho, há que sacar uns fardozitos, que ainda valiam uns bons mil reis, para as suas casas, só que passadas algumas horas os bombeiros não tinham mãos a medir, com tanto fardo a arder, pois por fora estavam chamucados e molhados mas no interior como ainda estavam secos, o lume reacendeu-se e começaram a arder, e a guarda-fiscal a levar para o posto os "imprudentes contrabandistas".

Os prejuízos da perda da laita e da sua carga foram importantes mas não se chegou a saber os valores calculados.

Laita (lighter) era a designação muito em uso aqui no Norte para batelão ou fragata.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior, Imprensa diária.

(continua)

Rui Amaro

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 135

RECORDANDO O ENCALHE E PERDA DO VAPOR PORTUGUÊS "ANGRA" A SUL DA BARRA DO DOURO


O vapor ANGRA numa das suas vindas ao rio Douro /foto de autor desconhecido . colecção F. Cabral, Porto /.


A 27/12./1933, pelas 00h30, navegava o vapor Português ANGRA de norte para sul, rumando à barra do Douro, sob vento fresco de oeste e noroeste, além de vaga alterosa, a cerca de seis milhas a noroeste do farol da Boa Nova, e reconhecida pelo comandante a impossibilidade de poder fundear no ancoradouro usual, a fim de aguardar o piloto da barra e não tendo hipóteses de reconhecer, com precisão, qualquer ponto de referência na costa, foi forçado a pairar ao largo e a tomar todas as precauções, que as condições de mau tempo o exigiam para uma boa segurança e boa navegabilidade do vapor.

Desde então, passou a pairar com proas de 22º NWa e 22º SEa em períodos respectivamente de uma e meia hora, tendo o cuidado de prumar quando o vapor navegava, principalmente a sueste, para assim poder obter uma posição aproximada, acusando essas sondagens entre quinze e dezoito braças. Cerca das 04h50, como se tornavam mais intensos os aguaceiros de noroeste, o que cerrava por completo a visibilidade, o capitão resolveu desandar para oeste, mandando meter leme todo a estibordo e máquina toda força avante, no sentido de conseguir melhor governo.

Apesar de todas aquelas precauções, a força do vento e mar aliada a fortes correntes de água em direcção a terra, ocasionaram o vapor não obedecer de imediato, sendo certamente impelido para a costa. Com grande surpresa, às 05h10, sentira-se um violento choque, a principio tornado como forte golpe de mar, contudo um novo choque veio certificar, que o vapor batera numa rocha.

Desde logo, todos os esforços foram feitos no sentido de se salvar o vapor, seu carregamento e vidas, o que em breve se verificou ser de todo impossível, visto que o vapor não se movia, ao mesmo tempo que o primeiro maquinista se apresentava ao capitão, informando que a casa das caldeiras e da máquina estavam a ser invadidas pelas águas, por cuja razão logo foram pedidos socorros pela telegrafia sem fios e pela sirene de bordo, que silvava intermitentemente.

O mar desde logo, apoderou-se do vapor, ao ponto de se tornar impossível a permanência em qualquer lugar, a não ser à popa, para onde foi ordenada a concentração de toda a equipagem, sem que se pudessem salvar os documentos de bordo e da tripulação, a qual ficou a aguardar a chegada de socorros, até que pelo amanhecer, se reconheceu estar o vapor encalhado junto das pedras denominadas do Cão, na povoação de Lavadores, a sul do cabedelo da barra do Douro

Dado o alarme, compareceram por terra as Corporações de Bombeiros Voluntários de Coimbrões, Carvalhos, Valadares, Esmoriz, Matosinhos-Leça, Leixões, Leixões, Porto e Portuenses com o seu material de salvamento adequado, tendo sido estabelecido com o vapor sinistrado um cabo de vaivém, e reconhecido o perigo iminente da permanência a bordo, foi pelo comandante ordenado o abandono do vapor e o consequente resgate da sua tripulação, através daquele meio de salvamento, lançado pelos Voluntários de Matosimhos-Leça.

Dado a barra do Douro estar encerrada à navegação, devido à forte maresia existente, o que não permitia a saída dos salva-vidas locais, vindo do porto de Leixões aproximou-se o salva-vidas motor CARVALHO ARAÚJO, sendo tripulado pelo seu patrão e o motorista, coadjuvados pelos pilotos Alfredo Pereira Franco e José Fernandes Amaro Júnior e o marinheiro da corporação Carlos Guedes. Às 06h15 o referido salva-vidas iniciou várias tentativas arriscadas de abordagem ao vapor naufragado sem qualquer sucesso, devido à força do mar, pelo que às 09h40, após reconhecerem que a tripulação estava a salvo, regressaram ao porto de Leixões. A 08/07/1934 foram todos aqueles elementos do salva-vidas agraciados pelo ISN com diplomas de louvor, pelos serviços prestados. Os rebocadores TRITÃO, MARS 2º, BURNAY 2º e VOUGA 1º fizeram-se à barra mas foram impedidos de sair, devido à forte agitação marítima, que se começou a fazer sentir.


O vapor ANGRA encalhado junto da povoação de Lavadores, V. N. de Gaia / Imprensa diária - Colecção F. Cabral, Porto /.


Em Lavadores, junto ao naufrágio, maecaram presença as seguintes entidades marítimas:, Cdte Pais Amaral, Chefe do Departamento Maritimo do Norte; Patrão-Mór da Capitania, António Rodrigues; Sota-piloto-mor António Francisco de Matos; Cabo-piloto Alexandre Meireles, e alguns pilotos da barra, que coadjuvaram os bombeiros, tendo-se destacado os pilotos Joaquim Alves Matias e Pedro Reis da Luz.

Este relato é parte do que constava no respectivo “protesto de mar” apresentado pelo capitão à autoridade marítima a 28/12 e do qual constava também o seguinte: Em virtude do que fica exposto, reuniu o capitão, os seus oficiais e principais elementos da equipagem e disse na presença dos mesmos, que em nome do proprietário do vapor, carregadores, recebedores e pessoas outras nele interessadas e no seu carregamento, protestava contra força maior (mar, vento, correntes de águas e nevoeiro), que ocasionou o sinistro sucedido e contra quem de direito for e pertencer posse pela perda total do vapor e seu carregamento. E, por ser assim verdade, mandou o capitão lavrar o presente protesto, que depois de lido o assinou com os seguintes elementos da tripulação: Imediato, 1º maquinista, 2º piloto, contra-mestre e um marinheiro.

O ANGRA, que era capitaneado pelo Cmte Francisco José de Brito e procedia dos portos de Londres, Hamburgo e Le Havre, transportando cerca de 700 toneladas de carga diversa, a maior parte da qual destinada a importadores da região do Porto, e destinava-se a Lisboa e Ilhas.


Os náufragos do vapor ANGRA / O comércio do Porto /.


ANGRA - 86,5m/ 1.525tb/ 10nós; 03/1915 entregue por Sunderland Shipbuilding Co., Ltd., Sunderland, como FLAXMERE a Watson Steamship Co., Ltd., Manchester; 1916 FLAXMERE, Bromport Steamship Co., Ltd., gestores H. R. Greenhalgh, Liverpool; 1923 BOSCAN, Mac Andrews & Co., Ltd., Londres; 17/01/1928 ANGRA, Companhia de Navegação Carregadores Açoreanos, Ponta Delgada. Gémeo GONÇALO VELHO (2), ex BALBOA, ex LINMERE.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Imprensa Diária; Carregadores Açoreanos e a sus Frota, de A, A. De Moraes; Lloyd's Register of Shipping.

(continua)

Rui Amaro

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 134

BARRA DO DOURO BASTANTE ASSOREADA E A NAVEGAÇÃO A AGUARDAR MELHOR MARÉ NA BACIA DO PORTO DE LEIXÕES


O vapor PÊRO DE ALENQUER na doca nº 1 do porto de Leixões em 1967 / foto Rui Amaro /.


A 11/12/1933, encontrava-se a barra do Douro bastante assoreada, desde há alguns dias, com 13 pés na preia-mar. Em face da difícil situação toda a navegação arribava ao porto de Leixões, a fim de aliviar parte da carga para laitas, que mais tarde a transportariam para o rio Douro. Naquele dia encontravam-se fundeados na bacia, a aguardar melhor maré para demandarem a barra do Douro, os seguintes vapores: Portugueses PERO DE ALENQUER, ALFERRAREDE, LOBITO e MALANGE; Ingleses LYLLEBURN, OTTERBURN e OTTINGE; Alemães KRONOS, SATURN, CEUTA e LARACHE; Estoniano GOL; Francês MONCOUSSU; Dinamarquês JOHANNES MAERSK e o Sueco LENNA.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior

(continua)

Rui Amaro

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 133

O LUGRE-MOTOR BACALHOEIRO "SANTA IZABEL" SOFRE UM ENCALHE Á SAIDA DA BARRA DO DOURO

O SANTA IZABEL na Gafanha da Nazaré, ria de Aveiro /foto de autor desconhecido /.


A 19/11/1933, pelas 08h00, quando o lugre-motor bacalhoeiro SANTA IZABEL, da praça de Aveiro, se preparava para abandonar a barra do Douro, cuja manobra era dirigida pelo piloto António Duarte, estranhamente topou num banco de areia submerso de formação recente, ficando encalhado de popa. Dado o alarme, acorreram as lanchas dos pilotos e os rebocadores LUSITÂNIA, MARS 2º e NEIVA, não tendo sido necessários os seus serviços. O navio safou-se cerca das 11h00 pelos seus próprios meios e saiu a barra, tomando o rumo do sul.

O SANTA IZABEL entrara há dias vindo dos pesqueiros da Terra Nova e Groenlândia, trazendo nos seus porões cerca de 6.000 quintais de bacalhau. No entanto, devido ao seu calado de água ficara impossibilitado de demandar as instalações da Gafanha da Nazaré, pelo que arribou ao rio Douro, a fim de desembarcar a sua companha de pescadores mas também aliviar-se de alguns quintais de bacalhau, que seriam transportados para Aveiro por uma fragata e ainda aguardar maré suficiente na barra de Aveiro para onde rumou, após se ter safo da coroa de areia. Entretanto, foram tomadas as providências para se dragar o local do encalhe, que se situava a meio do canal de navegação.

SANTA IZABEL - 45m/ 345,25tb; 1929 entregue por Manuel Maria Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, à Empresa de Pesca de Aveiro, Lda, Aveiro, como lugre à vela; 1932 instalado motor auxiliar; 1943 SANTA ISABEL, Sociedade Bacalhau de Portugal, Lda., Lisboa: 1958 subsquente história não encontrada. O SANTA IZABEL foi um dos primeiros lugres à vela, juntamente com o seus gémeos SANTA MAFALDA e SANTA JOANA também do mesmo armador Aveireinse, e ainda o Vianês SANTA LUZIA, a demandar os perigosos e gelados pesqueiros da Groenlandia, os quais foram bem sucedidos nas suas capturas, na campanha de 1931,

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Loyd's Register of Shipping.

(continua)

Rui Amaro