sexta-feira, 20 de julho de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 243

O NOVO ARRASTÃO “ILHA DO PICO” (1) CONSTRUIDO PELOS ESTALEIROS DA AFURADA FAZ-SE AO LARGO PARA EXPERIÊNCIAS DE MÁQUINA

Bota-abaixo dos arrastões ILHA DAS FLORES e ILHA DO CORVO / O Comércio do Porto /.

A 10/09/1943, pelas 11h00, o piloto José Fernandes Amaro Júnior foi embarcar no novo arrastão ILHA DO PICO, da SNAPA – Sociedade Nacional dos Armadores da Pesca do Arrasto, Lisboa, acabado de construir nos estaleiros da Afurada, o qual se encontrava prolongado com os seus dois gémeos ILHA DAS FLORES e ILHA DO CORVO, naquela localidade piscatória ribeirinha do estuário do Douro, e que iria largar para experiências de máquina.
Às 14h00 desamarrou e foi atracar à prancha da Shell, junto da encosta da Arrábida, a fim de se abastecer de gasóleo e mais tarde foi meter água à ponte-cais do Entreposto de Peixe de Massarelos, rumando de seguida para a barra, com destino ao porto de Leixões, onde entrou e pouco depois saiu. Após várias evoluções ao largo da costa, regressou à barra do Douro e às 18h00 foi-se prolongar novamente com os seus dois gémeos, junto dos estaleiros da Afurada, onde também tinham sido contruidos. A 29/10/1943 o mesmo piloto foi pegar no ILHA DAS FLORES para procedimento idêntico ao seu serviço com o ILHA DO PICO.

O ILHA GRACIOSA navegando no estuário do Tejo na década de 40 / SNAPA /.

O ILHA DO PICO, ILHA DAS FLORES, ILHA DO CORVO, 210tb, e mais três gémeos também contruidos em madeira pelos Mónicas, da Gafanha da Nazaré, e ainda mais quatro em aço de maior porte, dos quais se destacavam o ILHA GRACIOSA e o ILHA DO FAIAL construídos pela CUF, de Lisboa, além do PORTAFERRY e o PORTISHAM, lançados à água pelo Arsenal do Alfeite, e que em 1946 foram adquiridos por armadores Portugueses, tomando os nomes respectivamete de POLO NORTE e ARRABIDA, faziam parte de uma encomenda de armadores Britânicos a estaleiros Portugueses para serem usados como unidades da Royal Navy, e lançados á àgua entre 1941 e 1943.
O autor recorda-se de muitas vezes ter visto aqueles três arrastões demandarem a barra do Douro, vindos de fainar na costa, e eram do melhor que havia para a época.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 242

O “NRP GIL EANNES” DEMANDA A BARRA DO DOURO PROCEDENTE DOS BANCOS DA TERRA NOVA E GROENLANDIA


O GIL EANNES (1)  com as cores neutrais durante o período da 2ª guerra mundial  / foto de autor desconhecido /.

A 23/10/1941, pelas 11h00, cruzou a barra do Douro o NRP GIL EANNES, vapor da Marinha de Guerra em serviço de apoio e assistência à frota bacalhoeira a operar nos Grandes Bancos da Terra Nova e Groenlândia de onde procedia. Aquela unidade naval, que era comandada pelo oficial de marinha, Cmdt. Zolá da Silva foi conduzida de entrada pelo piloto Eurico Pereira Franco, que a foi amarrar na lingueta do Bicalho, Massarelos, a fim de descarregar o seu carregamento de “stock fish”, embarcado em vários portos daqueles dois territórios do noroeste Atlântico e destinados aos armazéns da C.R.C.B – Comissão Reguladora do Comércio de Bacalhau, situados junto do local da descarga. A bordo também vieram alguns pescadores da frota, que tiveram de ser assistidos por motivo de doenças súbitas ou ferimentos graves, os quais após as formalidades legais desembarcaram e seguiram para as suas terras de origem, tão distantes como Vila Praia de Ancora ou Fuzeta. A 31/10, pelas 15h00, o NRP GIL EANNES, conduzido pelo piloto Aristides Pereira Ramalheira largou do rio Douro com destino ao porto de Lisboa, onde a 01/11 completou a sua oitava campanha.


O NRP GIL EANNES durante as manobras de amarração na lingueta do Bicalho, Massarelos / foto de autor desconhecido enviada por Nuno Bartolomeu, Almada /.

NRP GIL EANNES – imo 5803759, navio apoio/hospital da frota bacalhoeira Portuguesa, 90m/1.775tb, entregue em 05/1914 pelo estaleiro G. Seebeck, Geestmunde, como LAHNECK à DDG Hansa, Bremen, e devido à guerra refugiou-se no estuário do Tejo, juntamente com outros navios Alemães; 23/02/1916 motivado pela falta de transportes marítimos, Portugal requisitou à Alemanha os referidos navios, o que foi recusado, e como tal Portugal não teve outra alternativa senão confiscar todos os navios, incluindo o LAHNECK, que passou a denominar-se GIL EANNES, e em face do confisco a Alemanha declarou guerra a Portugal. O vapor foi fretado pela firma Raúl Santos, de Lisboa, e terminado o contrato ainda em 1916, foi transferido para a Marinha de Guerra. Na sua longa história serviu como unidade naval e mercante, foi cruzador, transporte de tropas, navio de treino, e esteve afecto ao serviço comercial (TME), e em 1924 foi integrado na frota da Marinha de Guerra, contudo a sua actividade mais importante foi como navio apoio/hospital à frota de pesca Portuguesa, sob gestão da Marinha de Guerra e SNAB, operando nos pesqueiros da Terra Nova e Groênlandia. Quando terminada a campanha regressava à Pátria com carregamentos de "stock fish" para Lisboa ou Porto/Leixões. O GIL EANNES (1) fez a sua última campanha em 1954, tendo sido substituído em 1955 pela moderna construção do ENVC, o GIL EANNES (2), o qual hoje se encontra preservado na antiga doca comercial do porto de Viana do Castelo, e em 1954 foi vendido para Itália, onde terminou os seus dias como TETIDE, Vulcania Sarl, Genova, tendo sido desmantelado para sucata em 1956 no porto de Vado Ligure.
Fintes: José Fernandes Amaro Júnior; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro


ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the  continuation  of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 241

A VENDA DO REBOCADOR DE PILOTOS “COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO” PARA SETÚBAL



A 11/10/1941 procedeu-se ao acto da escritura da venda do rebocador de pilotos COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO, estando presentes por parte da corporação de pilotos os seguintes elementos: Paulino Pereira da Silva Soares, piloto-mor; António da Silva Pereira e José Fernandes Tato, sotas-piloto-mor; Aristides Pereira Ramalheira e Luís Ventura, pilotos, além dos representantes do comprador, a empresa SAPEC, de Setúbal.
Aquelerebocador foi vendido pela quantia de 800.000$00 e dessa verba 60% foi para o pessoal incorporado, cabendo a cada piloto a quantia de 1.240$00. A 18 do mesmo mês deixou a barra do Douro, rumando ao porto de Lisboa e alguns anos mais tarde foi vendido para o Sul de França. A 12/03/1941, já tinha havido uma oferta de 500.000$00 da firma Reboques e Transportes, Lda. de Aveiro, que não satisfez.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
Imagem: Arquivo Corporação de Pilotos
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTI-FICIAL DE LEIXÕES – Episódio 240

PILOTOS DA BARRA DO DOURO Á QUINZENA PARA O PORTO DE LEIXÕES

O n/m Sueco INLAND da Svenska Orient Linien (SOL), de Gotemburgo, demandando o porto de Leixões em 30/01/1951 conduzido pelo piloto da barra do Douro José Fernandes Amaro Júnior, de serviço de quinzena àquele porto. / cartão postal da SOL /.

A 14/08/1941 foi enviada uma exposição com o nº 328 ao chefe do Departamento Maritimo do Norte, relativa à importância da transferência de pilotos do Douro, por períodos quinzenais, de forma a minorar as dificuldades da falta de pilotos para o serviço da secção de Leixões. A 18 do mesmo mês o Cmg José Carlos Rodrigues Coelho, chefe daquele departamento, fez saber que o pedido relatado na dita exposição ficava deferido e que estava conforme o regulamento de pilotagem. Mais informava, que sabendo da existência de opiniões divergentes na corporação, dava o assunto por encerrado, pedindo para que fosse respeitada a dignidade da classe.
Estiveram em oposição ao deliberado, o piloto do Douro António Natalino Cordeiro e os pilotos de Leixões Elisio da Silva Pereira, Mário Francisco da Madalena, Bento da Costa, Francisco Luis Gonçaves e Francisco José Campos Evangelista.
Cumprindo-se o então regulamentado, foram indigitados para a primeira quinzena de serviço ao porto de Leixões, os pilotos Cristiano Melo Machado, António Gonçalves dos Reis, Pedro Reis da Luz, e Henrique Correia Hugo ou sejam dois pilotos da esquadra de fora, relacionada com as entradas, e da esquadra de dentro, confrontada com as saídas, mudanças e reforço de amarrações, etc.
Mais tarde, as quinzenas passaram a ser cumpridas apenas por dois pilotos, um de cada esquadra, que ficavam alojados nas instalações da Secção de Leça da Palmeira, à rua do Moinho de Vento.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior.
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.