quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 211


NA BARRA DO DOURO NAUFRAGOU A TRAINEIRA "SANTA LUZIA 2ª"

A 12/12/1938, quando demandava a barra do Douro naufragou a traineira SANTA LUZIA 2ª, tendo sido salva toda a sua companha.
A traineira que pairava por fora da rebentação, aproveitando um liso oportuno fez-se à barra. O mar estava bastante agitado, e todas as manobras tinham de obedecer a uma grande prudência.
Quando a SANTA LUZIA 2ª começou a envazar numa vaga mais violenta partiu-se-lhe um gualdrope do leme, e como tal ficou sem governo, pelo que se apoderou da tripulação um enormissimo pavor, e a traineira começou a silvar estridentemente pedindo socorro, que fez afluir aos cais próximos grande número de pessoas, que também começaram a apelar por auxilio. Na Cantareira o salva-vidas VISCONDE DE LANÇADA foi de imediato lançado à água e seguiu ao encontro do naufrágio, que conseguiu a breve trecho aproximar-se da SANTA LUZIA 2ª, que entretanto encalhara no enrocamento do cais Velho, mais propriamente sobre as pedras da Forcada. Alguns tripulantes já tinham saltado de bordo para aquele cais, sendo auxiliado por populares, numa acção deveras abenegada e meritória.
O salva-vidas que correu sério risco recolheu a maioria da tripulação, conduzindo-a depois para terra. Outros camaradas em número de seis, que tinham saltado para a chalandra de bordo, foram levados para o centro piscatório da Afurada pela traineira PRAZERES 2º, que acabara de entrar a barra. A traineira naufragada acabou por se afundar.
Foram dignos dos maiores louvores a companha do salva-vidas da Foz do Douro, o VISCONDE DE LANÇADA, pelo arrojo e abnegação demonstrado. Faziam parte da companha os seguintes elementos: Estevão Luis Gonçalves, seu patrão, José Bilé, Jaime Duarte Lima, Fernando Matos Freitas, João Luis Gonçalves, António Sousa Lopes, António Maria da Fonseca, Francisco Patinha, Aires Patinha, António Lopes e António Bandeira.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

domingo, 25 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 210

MOMENTOS DE PAVOR NA BARRA DO DOURO – DUPLO ACIDENTE MARÍTIMO COM UMA LANCHA DE PILOTOS E O SALVA-VIDAS DA FOZ


A lancha P7 no lugar da Cantareira, Foz do Douro, finais da década de 40 / Corporação de Pilotos /.

O salva-vidas VISCONDE DE LANÇADA pronto a ser lançado à água / autor desconhecido /.

A 08/12/1938, ao princípio da tarde, viveram-se momentos de pavor, junto à entrada da barra do Douro, diante do lugar da Cantareira, ali junto à estação de pilotos, em consequência de um duplo acidente marítimo que poderia ter trágicas consequências.
Cerca das 13h00, na corporação dos Pilotos da Barra do Douro, foi recebida uma comunicação da Estação Semafórica do Monte da Luz que o vapor Norueguês H. J. KYVIG estava à barra, o qual dentro em pouco, depois do respectivo piloto ter subido a bordo, iria demandar a barra do Douro. Logo seguiu para o meio do rio a lancha da "assistência ou do piloto-mor", a P7, dos pilotos, a mais pequena da frota, levando a bordo o sota-piloto-mor José Fernandes Tato, e o motorista Eduardo Fernandes de Melo, a fim de marear aquele vapor na eventualidade de qualquer desvio do canal de navegação. Perto das 13h30, o vapor H. J. KYVIG começou a demandar a barra. A lancha P7 dirigia as manobras para facilitar a passagem do navio na parte mais critica do canal. Colocou-se à sua frente, a fim de orientar o piloto de bordo da rota a seguir. A certa altura, porém falhou o motor da lancha, e esta parou, ficando à deriva. No entanto, o vapor H. J. KYVIG continuou a singrar e a aproximar-se da pequena embarcação, sem que tivesse qualquer hipótese de deter a sua marcha ou desviar-se para um dos bordos. Compreendendo o perigo em que estavam, o motorista, com uma serenidade extraordinária tentou em vão fazer funcionar o motor. Nada! A lancha não se movia e o casco enorme do vapor H. J. KYVIG continuava a avançar. A bordo do vapor Norueguês aperceberam-se rapidamente de que o sota-piloto-mor e o motorista corriam perigo de morte. Diligenciaram mudar o rumo, mas logo abandonaram essa ideia. Pois se o fizessem teríamos a lamentar uma desgraça. O H. J. KYVIG iria por certo encalhar no Cabedelo. O sota-piloto-mor ordenou imediatamente que se utilizassem os remos da lancha para evitar o esmagamento. Também foram inúteis aqueles esforços! Nada já podia impedir o desastre.
Sem hesitação os dois tripulantes da lancha P7, atiraram-se à água, a fim de não serem apanhados pelo vapor. No mesmo instante, o enorme casco do H. J. KYVIG atingiu a lancha, voltou-a e passou sobre ela.
De terra, outros pilotos e numerosos populares que assistiam à cena começaram a gritar desesperadamente por socorro. No mar, os dois náufragos lutavam com as águas. Ainda se agarraram à lancha, que, apesar de colhida pelo H. J. KYVIG, se conservava à superfície, mas ameaçando afundar-se de um instante para o outro, e o sota-piloto-mor estava com dificuldade em nadar, pelo que era amparado pelo motorista.
Em terra, a noticia corria a semear o pavor e a consternação: - «o sota-piloto-mor e o motorista morreram afogados!».
Logo numerosos marítimos afluíram ao cais do Marégrafo, emfrente à Cantareira, a fim de saltarem para a lancha salva-vidas a remos VISCONDE DE LANÇADA e tentarem recolher os tripulantes da lancha sinistrada. Entraram nela umas doze pessoas. Entre elas estavam os pilotos da barra José Fernandes Amaro Júnior, António Duarte, Francisco Soares de Melo, Hermínio Gonçalves dos Reis, e assalariados da corporação de pilotos e outros marítimos, Ernesto Leite, Alfredo da Silva Pais, Joaquim Fernandes (o Bexiga), Jorge Lopes, José Gomes, Inácio Fernandes, António Soares Lopes, José Brandão, todos eles residentes na Foz do Douro.

 
Tripulantes voluntários do VISCONDE DE LANÇADA: 1- José Fernandes Amaro Júnior; 2 - António Duarte, ambos pilotos; 3 - Ernesto Leite, 4 - Alfredo da Silva Pais, assalariados dos Pilotos; 5 - Aurélio Soares Lopes e Joaquim Fernandes (o Bexiga); marítimos; José Fernandes Tato, sota-piloto-mor e Eduardo Fernandes de Melo, motorista da P7 / jornal O Comércio do Porto /.

 
Tripulantes voluntários do VISCONDE DE LANÇADA: António Soares Lopes, Alfredo da Silva ais, Ernesto Leite, José Gomes, Inácio Fernandes, José Brandão e Joaquim Fernandes / Jornal de Noticias /.

Quando toda a companha composta de voluntários, se encontrava a bordo do salva-vidas, começaram através do pequeno guindaste a desamarrá-lo e arriá-lo para a água. Fizeram-no, porém, com tanta infelicidade, que uma das travessas de madeira do aparelho se partiu e uma das alças rebentou. A embarcação voltou-se, caindo à água da altura de cinco metros, todas as pessoas que nele se encontravam. Seguiram-se momentos de indescritível pavor.
Os sinistrados gritavam aflitivamente por socorro, debatendo-se numa situação difícil. Correram em seu auxílio numerosos pescadores nos seus barcos.
Logo após o desastre sucedido ao salva-vidas, o piloto da barra Manuel Pereira Franco, sem perda de tempo, meteu~se num pequeno caíque pertencente a um pescador do Ouro, e remou à jinga para a lancha P7, que continuava semi-afundada, no local onde fora colhida pelo H. J. KYVIG, resgatou os dois tripulantes – José Fernandes Tato e Eduardo Fernandes de Melo – que se encontravam agarrados à borda, a tiritar de frio. O primeiro abatadissimo fora acometido de um princípio de congestão, quando a lancha se voltou, e teria sucumbido nas ondas, se o companheiro, magnifico nadador, o não tivesse salvo. Trazidos para terra, o sota-piloto-mor foi levado para sua casa, ali perto, na rua de São João da Foz, assim como o motorista seguiu para a sua residência, na Travessa das Laranjeiras, perto da igreja da Foz, sem que antes não deixassem de ser examinados pelo clínico dr. Fernando Prata Rebelo de Lima, residente ali perto.                    
A lancha P7 foi recuperada e varada na lingueta dos Pilotos. A fim de ser reparada das avarias sofridas. 
Nalguns os ferimentos foram ligeiros. O Aurélio Soares Lopes, porém ficou com duas costelas fracturadas, e o Alfredo da Silva Pais, sofreu fractura do braço esquerdo, pelo que foram conduzidos ao Hospital da Misericórdia Santo António, tendo regressado depois as suas casas.
Os restantes recolheram-se a suas casas, conquanto, no dia seguinte os acidentados José Fernandes Amaro Júnior, António Duarte, Francisco Soares de Melo e Ernesto Leite foram examinados pelo médico do Departamento Maritimo do Norte, tendo os dois primeiros recolhido ao Hospital Militar, onde estiveram internados cerca de dez dias, e ficando mais alguns dias de convalescença em suas casas. O terceiro ficou em descanso na sua residência, e o quarto elemento entrou em tratamentos na companhia de seguros.
Identico acidente com o salva-vidas VISCONDE DE LANÇADA, pertencente à Estação de Socorros a Náufragos da Foz do Douro, ocorreu por volta de 1967, por se ter rebentado a alça da proa e o salva-vidas ficou dependurado pelas outras três alças de proa para a água e popa para o ar.  Os tripulantes foram cair desamparadamente na água. Foram todos para o Hospital
Consta que foi uma uma bateira do sável que se virou na restinga do Cabedelo e o salva-vidas da Foz VISCONDE DE LANÇADA ia socorrer os náufragos, que acabaram por ser resgatados pelo salva-vidas da Afurada.
Idêntico episódio, se bem que de maior gravidade, ocorreu na barra em 03/12/1920 com a uma catraia da assistência que orientava a entrada do vapor Holandês EUTERPE, e para fugir a uma guinada daquele vapor foi apanhada por uma volta de mar mais violenta, fazendo com que se voltasse na restinga do Cabedelo, perecendo nas águas revoltas sete dos nove homens da companha. Os sobreviventes foram o piloto-mor e um remador.
Após o acidente com a lancha P7, a sinalização da entrada dos navios passou para o cais do Marégrafo ou dos Pilotos, junto da casa da consulta dos pilotos, onde o piloto-mor através de uma bandeira dos Pilotos hasteada numa pequena vara, orientava o seu subalterno a bordo, quando o navio ia de guinada.


o sinaleiro dos pilotos pronto a retirar o galhardete da Assistência no cais do Marégrafo ou dos Pilotos, após a entrada do SEAMEW / Diário do Norte /.


O vapor H. J. KYVIG / foto de autor desconhecido - Lillesand Monstingskrets.NO /.

  H. J. KYVIG – imo 5605243/ 62m/ 849tb/ 9nós; 03/1921 entregue por Mjellem & Karlsen, Bergen, a Tormod & Bakkewigs & Son A/S, Haugesund; 1926 H. J. KYVIG, A/S Kyvigs Rederi, Haugesund; 26/19/1940 Atacado e afundado por aeronave da da RAF perto de Geita LH, Sunnfjord, perecendo 5 tripulantes.
P7 – Desconheço a data do lançamento á água e nome do seu construtor, apenas sei que foi construída como uma catraia a remos e por volta de 1935 foi reconstruída como uma lancha a motor das amarrações de boca aberta, contudo estava equipada com dois remos, para qualquer eventualidade de falha de motor. Foi vendida na década de 80 para a Régua, e rebaptizada de SANTA MARIA.

 
A lancha SANTA MARIA ex P7 atracada no cais do Marégrafo, Foz do Douro / Rui Amaro /.
 
VISCONDE DE LANÇADA - lancha salva-vidas a remos, construida em Inglaterra em 1908, juntamente com a sua gémea VISCONDESSA DE LANÇADA, esta que fazia estação no porto de Carreiros (praia do Molhe de Carreiros), casco de chapa de ferro zincada. A sua guarnição era composta de 10 remadores capitaneados por dois arrais, um deles o patrão e outro um sota, os quais a governavam com um remo cada um apoidados a forquetas à popa e estava colocado no cais do Marégrafo, protegido por gradeamento. Primitivamente além do arrais patrão ia também um piloto da barra como sota. Segundo consta à época eram duas das melhores embarcações salva-vidas da Península.
No início dos anos 70 foi abatida ao efectivo, e posicionada junto da estação de Socorros a Náufragos da Foz do Douro, próximo da praia das Pastoras, como monumento, e mais tarde, com a saída dos B. V. Portuenses da referida estação de socorros a náufragos, foi levada para o seu quartel de Francos, Porto, onde julgo que ainda por lá estará.
Os dois salva-vidas privados foram oferecidos à barra do Douro pelo Visconde de Lançada, um oficial da armada, que residia na Foz do Douro. Na Cantareira existiam dois salva-vidas, o VISCONDE DE LANÇADA e o PORTO, este do ISN.


 
O salva-vidas VISCONDE DE LANÇADA junto da Estação de Socorros a Náufragos da Foz do Douro, 02/1981 / Rui Amaro /.

NOTA DO AUTOR – Já não me recordo de todo o episódio relatado por meu pai, um dos acidentados, mas parece ter havido um pouco de precipitação na ânsia de salvarem os dois camaradas em dificuldades, ali a uns duzentos e tal metros do aparcamento do salva-vidas, com um ancoradouro importante como o da praia da Cantareira, com tanta embarcação disponível ali ancorada ou mesmo acostada, incluindo lanchas dos pilotos, possivelmente estariam ausentes ou ocupadas em serviços no rio, um simples bote resolveria o problema, como de facto ocorreu com o caíque que o piloto Manuel Pereira Franco foi salvar os dois camaradas da corporação de pilotos.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Jornal O Comércio do Porto; Lillesand Monstingskrets.NO.
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato, a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 209

O PAQUETE "LOURENÇO MARQUES" ABALROOU O VAPOR "PÊRO DE ALENQUER" NO PORTO DE LEIXÕES
 
O paquete LOURENÇO MARQUES numa das suas escalas no porto do Funchal durante o Conflito Mundial de 1939/45

A 15/11/1938, quando o paquete Português LOURENÇO MARQUES sob condução do piloto Francisco Campos Evangelista manobrava para sair do porto de Leixões, inesperadamente descaiu sobre o vapor da mesma nacionalidade PERO DE ALENQUER que se encontrava fundeado em operações comerciais, acabando por o abalroar, sofrendo ambos danos ligeiros.
LOURENÇO MARQUES - imo 5602355/ 6.341gt/ 13kn/ 2 hélices; 23/09/1905 entregue por Blohm & Voss, com ADMIRAL à Hamburg Deutsch-Ost Afrika Linie, Hamburg, para a sua carreira de Africa; 08/1914 devido à 2ª Guerra Mundial foi internado no porto de Lourenço Marques; 23/12/1916 tomado pelo governo de Portugal e rebaptizado com LOURENÇO MARQUES, sendo inserido na frota da então recém-formada empresa Transportes Maritimos do Estado, Lisboa; 1925 LOURENÇO MARQUES, Companhia Nacional de Navegação, Lisboa, que o empregou no tráfego dos territórios Portugueses de Africa; 1950 BISCO 4, sucateiros British Iron Steel Corporation, Blyth; 21/07/1950 chegava a Faslane para deslamantemento em sucata.
PERO DE ALENQUER – 104,63m/ 2.592,93tb/ 11kn, foi construído e entregue em 1913 pelo estaleiro Alemão Aktien Ges. Neptun Schiffswert und Maschinenfabriek, Rostock, para o armador Dampfs. Ges. Argo, Bremen. Em 1916 quando se encontrava refugiado no rio Tejo, devido à situação de guerra, foi requisitado e consequentemente arrestado pelo governo de Portugal, juntamente com um grande número de vapores da mesma nacionalidade. Fez parte da então formada empresa estatal Transportes Marítimos do Estado (T.M.E,) sob o nome de COIMBRA. Em 1925, devido à falência daquela armadora, foi integrado na Marinha de Guerra Nacional com o nome de PERO DE ALENQUER, como navio de transporte militar, tendo feito vários cruzeiros a todas as possessões Portuguesas, desde Africa ao Extremo Oriente, além de visitar diversos portos estrangeiros. Em 1929 foi comprado pela Companhia de Navegação Carregadores Açoreanos, Ponta Delgada, tendo conservado o mesmo nome e foi colocado no serviço do norte da Europa, desde o porto de Ponta Delgada com escalas regulares pelos portos de Lisboa e Douro/Leixões. Com o eclodir da 2ª guerra mundial e devido à dificuldade de navegação na Europa, passou a escalar portos dos E.U.A. e Canadá. Em 1959 foi vendido ao sucateiro Dantas Leal, Lda., Lisboa, que o desmantelou para sucata no rio Tejo.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Lloyd's Register of Shipping; A. A. de Moraes.
Foto: autor desconhecido.
(continua)
Rui Amaro

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domingo, 18 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 208

O VAPOR PORTUGUÊS "PÁDUA" SOFRE INCIDENTE À ENTRADA DA BARRA DO DOURO


A 30/09/1938, pelas 15h30, quando o vapor Português PADUA cruzava de entrada a barra do Douro sofreu uma avaria no gualdrope do leme, que o fez desgovernar a bombordo, razão porque o piloto José Fernandes Amaro Júnior, de imediato mandou meter máquina à ré e largar os dois ferros, a fim de evitar o encalhe nas pedras da Ponta do Dente, não evitando que o vapor ficase atravessado ao rio. Meia hora depois a avaria foi colmatada, e o PÁDUA seguiu rio acima sem mais percalços, indo amarrar no quadro da Alfandega a dois ferros, cabos estabelecidos para terra, e ancorote pela popa.
Como é usual nestes casos, aos cais próximos acorreram muitos curiosos para presenciarem as manobras de ida ao canal e comentavam o inesperado incidente.
PÁDUA – 56,23m/ 664,96tb, 9,5nós, possuía um só mastro, cujos paus de carga serviam dois porões, tinha as superstruturas situadas à ré e fora entregue em 08/1925 pelo estaleiro Norddeutsche Union Werke A.G., Tonning, Alemanha, ao armador Sir Walter Steamship Co., Ltd. (Turner, Edwards & Co., Ltd. - gestores), Bristol, que o baptizou com o nome de TEECO e era um frequentador assíduo dos principais portos Portugueses. Em 11/1934 foi adquirido pela Empresa Marítima do Norte., Lda., Porto, na qual a Companhia Colonial de Navegação, Lisboa, possuía interesses, tendo sido registado de SANTO ANTÓNIO, tendo entrado a barra com esse nome, contudo de saída já ostentava o nome de PÁDUA, tendo sido colocado na linha do norte da Europa. Aqui no Douro/Leixões, o PÁDUA era mais identificado de "Corcunda", por ter o casario à ré.
A 27/10/1943, o vapor PÁDUA navegava em pleno Mediterrâneo, na sua 19ª viagem com destino a Marselha, fazendo a aproximação àquele porto, quando a 22 milhas, sem que nada o previsse, subitamente foi sentida uma enorme explosão à popa, que se supôs ter sido devida ao choque com alguma mina à deriva, dando origem ao seu afundamento.
De uma equipagem de 21 homens, seis homens pereceram no naufrágio, tendo os 17 sobreviventes sido salvos nas duas baleeiras do próprio vapor, os quais remaram na direcção do porto de Marselha, e mais tarde foram auxiliados pelo barco de pesca Francês LES QUATRE FRÉRES, cujo mestre os fez chegar ao pequeno porto pesqueiro de Sausset-les-Pins da “Cote d’Azur”, onde a população lhes prodigalizou toda a assistência. Os tripulantes foram depois conduzidos a Marselha, que distava 36km daquele centro piscatório, onde algum tempo mais tarde embarcaram no vapor Português LOBITO da Companhia Colonial de Navegação, que os trouxe para Lisboa.
Aquele vapor encontrava-se ao serviço da Cruz Vermelha Internacional no transporte de socorros, encomendas e correspondência para as vitimas e prisioneiros de guerra, juntamente com os vapores Portugueses AMBRIZ, COSTEIRO, TAGUS e ZÉ MANÉL. O primeiro realizara em Setembro de 1942, sem ter sofrido qualquer percalço, a sua 100ª viagem através do Mediterrâneo ao serviço daquela benemérita associação.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Crónica dos Navios da Marinha Portuguesa, (Anais do Club militar Naval), Cdt. Carlos Amorim; Lloyd´s Register of Shipping.
(continua)
Rui Amaro

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 207

ABALROAMENTO AO LARGO DE LEIXÕES ENTRE OS VAPORES "WILLEMSPLEIN" e "EVDOXIA"
 
WILLEMSPLEIN / autor desconhecido /.
A 18/08/1937, pelas 08h30, Rádio Costeira de Leixões recebeu uma mensagem transmitida de bordo do vapor Holandês WILLEMSTEIN, que comunicava, que devido ao denso nevoeiro na posição 41,03N/09,34W abalroara o vapor Grego EUDOXIA sofrendo avarias graves, e informando ainda que apesar das avarias sofridas seguia rumo do sul com destino ao porto de Lisboa, e que o EUDOXIA iria arribar pelos seus próprios meios ao porto de Leixões, onde, efectivamente entrou cerca das 16h15 assistido pelo rebocador VOUGA 1º e pela lancha salva-vidas CARVALHO ARAÚJO, sob orientação do piloto Alfredo Pereira Franco.
O EUDOXIA, que mostrava a roda de proa amolgada a meia altura e o ferro de estibordo cravado no costado sem poder ser utilizado, procedia do porto de Salónica com um carregamento de mineral e dirigia-se ao porto de Garston.
WILLEMSPLEIN – imo 129465/ 132,3m/ 5.507tb/ 10,5kn; 02/1910 entregue por Russel & Co., Port Glasgow, como VALDURA à Valdura Steamship Co., Ltd., Londres; 1927 MORUS, Arbur Shipping Co, Ltd.,Londres; 1929 WILLEMSPLEIN; NV Scheepvaart Mij. Millingen, Roterdão; 04/10/1942 naufragou em St. Mary's Bay, perto de Cape English, NS, quando em viagem de Sidney, NS, para Wabana, em lastro.
EVDOXIA – imo 5601291/ 79,9m/ 1.518tb/ 8kn; 05/1899 entregue por Neptun Werft AG, Rostock, como HANS á Nordeutscher Reederei H. Schuldt, Hamburg; 1922 DUBURG, Nordeutscher Reederei H. Schuldt, Hamburg; 1925 SOFIA THEODOROPOULOS, P. D. Theodoropoulos, Piraeus; 1937 EVDOXIA, Andreonicus Sigalas, Piraeus; 19/11/1937 naufragou ao largo de Cerigo, Greece.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior, Miramar Shjp Index
(continua)
Rui Amaro

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domingo, 11 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 206

ADMISSÕES, PROMOÇÕES, TRANSFERÊNCIAS E APOSENTAÇÕES NA CORPORAÇÃO DE PILOTOS
 

12/06/1937 - Manuel Pereira Franco, da Foz do Douro, e Tito dos Santos Marnoto, de Ilhavo, admitidos a pilotos da barra
07/07/1937 - José Fernandes Tato, de Esmoriz, promovido a cabo de piloto.
08/07/1937 - Manuel de Oliveira Alegre, da Foz do Douro, e Francisco Campos Evangelista, de Fão, pilotos, foram substituir na estação de Leça da Palmeira, respectivamente os seus colegas José Fernandes Tato, que foi promovido a cabo de piloto, e o António Gonçaves dos Reis, da Foz do Douro, que regressa à estação da Foz do Douro.
19/07/1938 - Francisco Rodrigues Brandão, piloto-mor, passou à aposentação.
29/07/1937 - Alexandre Cardoso Meireles, cabo de piloto, passou à aposentação.
09/08/1937 - Jaime Martins da Silva Júnior, da Foz do Douro, admitido a piloto da barra.
14/08/1937 - Manuel de Oliveira Alegre, da Foz do Douro, promovido a cabo de Piloto.
16/08/1937 - Aristides Pereira Ramalheira, de Ilhavo, transferido para a estação de Leça da Palmeira.
06/08/1938 - Paulino Pereira Soares da Silva, pomovido a piloto-mor.
01/10/1938 - José Fernandes Tato, de Esmoriz, promovido a sota-piloto-mor.
14/11/1938 - Joel da Cunha Monteiro, de Paranhos, promovido a cabo de piloto.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 205

O NAVIO-MOTOR ALEMÃO "LATONA" SOFRE UM INCIDENTE À ENTRADA DA BARRA
 
 O LATONA na doca nº 1 do porto de Leixões, década de 50 / F. Cabral, Porto /.

A 29/11/1937, pelas 11h15, demandava a barra do Douro, já com os ferros descativados, para o que desse viesse, ou seja prontos a largar, o navio-motor Alemão LATONA, com o rebocador NEIVA pegado à proa, e ao alcançar o lugar da Pedra do Touro, frente á Estação de Socorros a Náufragos, devido às águas da serra, desgovernou perigosamente a bombordo, pelo que o piloto José Fernandes Amaro Júnior ordenou ao mestre do NEIVA, que puxasse para estibordo. Dado que essa manobra não estava a resultar, aquele prático mandou largar o ferro de estibordo, a fim de evitar o encalhe nas pedras, e para não surgir mais percalços, devido à forte corrente e ronhenta, o ferro foi deixado por mão, de seguida rumou rio acima, indo amarrar no lugar das Escadas da Alfândega, a um ferro e cabos estabelecidos para terra, com ancorote dos pilotos pela popa, lançado para o meio do rio.
LATONA – 76,15m/1.026tb; 06/1937 entregue pelo estaleiro Schiffsbau Ges. Unterweser AG, Wesermunde, à Dampfs. Ges. Neptun, Bremen; 1940 convertido pela “Kriegsmarine” em navio lazareto; 1941 NAUTIC, navio escola da “Kriegsmarine”; 08/05/1945 ancorado em Kiel; 1948 reentregue Dampfs. Ges. Neptun, Bremen; 1962 chegava a Lubeck para desmantelamento em sucata. Navios gémeos CERES, JASON, LUNA, MINOS, NAJADE, THALIA e URANUS.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Dampfs. Ges. Neptun, Bremen.
(continua)
Rui Amaro

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 204

O REBOCADOR DE PILOTAGEM "COMAMDANTE AFONSO DE CARVALHO" REALIZA O SEU PRIMEIRO SERVIÇO DE REBOCAGEM

 
O COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO em experiências de máquina diante do estaleiro do Ouro, onde foi construído


A 19/03/1939 largou da bóia ao norte, seu ancoradouro na bacia do porto de Leixões, onde se encontrava desde 03/02/1939, com destino ao rio Douro, o novo rebocador de pilotagem COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO, a fim de conduzir a fragata PORTUGAL para o porto de Leixões. Neste seu primeiro serviço de rebocagem local, que efectuou, foi capitaneado pelo cabo-piloto Joel da Cunha Monteiro, coadjuvado pelo piloto José Fernandes Amaro Júnior e pelo seu mestre António Crista, ex patrão do salva-vidas CARVALHO ARAÚJO.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
Imagem: Corporação de Pilotos
(continua)
Rui Amaro

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

SAUDAÇÕES FESTIVAS


2011 / 2012
Catraia dos pilotos dos finais do século XIX que se empregava nas amarrações dos navios surtos no rio Douro, os quais largavam as suas amarras à proa, cabos estabelecidos para terra e ancorote da Corporação de Pilotos espiado pela popa. Note-se à proa um ancorote que após ser amarrado ou emanilhado a um cabo de arame era largado ao lançante para o meio do rio, a fim de segurar o navio de popa. Estas embarcações a remos tinham uma equipagem de dez a quinze homens eventuais / desenho de Rui Amaro /.  

 O PILOTO PRÁTICO DO DOURO E LEIXÕES


BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO


FELICES PASCUAS Y PROSPERO ANO NUEVO


JOYEUX NOEL ET MEILLEURS VOUEX DE NOUVEL ANNÉE


MERRY CHRISTMAS AND HAPPY NEW YEAR


EIN PROPER WEINACHTSFEST UND EIN GUT NEUE JAHR


AUGURI DI BUON NATALE ET FELICE ANNO NUOVO

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 203

RECORDANDO A CERIMÓNIA DO BOTA-ABAIXO DO REBOCADOR DOS PILOTOS "COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO"

 
O Rebocador COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO da Corporação de Pilotos da Barra do Douro e do Porto Artificial de Leixões amarrado à bóia na Bacia do porto de Leixões em 1938 / (c) Foto da referida Corporação /.

A 19/11/1938, os pilotos da barra do Douro e porto artificial de Leixões e seu pessoal auxiliar viram-se rodeados de pessoas de alta representação social, que com eles comungaram na alegria, que sentiam por verem a missão da sua corporação facilitada pelo facto de haver sido dotada com uma moderníssima e bem apetrechada unidade, um rebocador, que lhes viria a facilitar as suas lides de abordagem no embarque e desembarque das embarcações, que necessitam de escalar os portos do Douro e Leixões, sobretudo em ocasiões de mau tempo.
Às 14h00, nos estaleiros de António Gomes Martins, vulgo Estaleiros do Ouro, sedeado na freguesia de Lordelo do Ouro, na cidade do Porto, a cerimonia do «bota-abaixo» daquela embarcação, cuja construção, como fora noticiado, terminara há dias. Ali compareceram os srs. comadantes Afonso de Carvalho, chefe do Departamento Maritimo; capitão-tenente João Vaz Monteiro, comandante da canhoneira NRP DIU; primeiro-tenente Andrade e Silva, comandante da canhoneira NRP ZAIRE; primeiro-tenente engenheiro naval Carneiro Geraldes, primeiro-tenente António Bernardino Moreira, patrão-mór; segundos-tenentes Sousa e Brandão, do Departamento Maritimo; coronel Lauro Moreira, inspector dos incêndios, de Matosinhos; capitães Manuel Cruz, comandante da Guarda-fiscal; Eduardo Romero, presidente da Associação dos Armadores de Navegação; Gonçalo Guilhomil, delegado do Instituto de Socorros a Náufragos, etc.
De Lisboa, como representação da respectiva Corporação de Pilotos, estavam presentes os srs. José Almeida Florêncio, piloto-mór; Augusto António Martins, sota-piloto-mór; Joaquim Santos e José Pedro, pilotos. Um piquete dos B. V. de Matosinhos-Leça, fazia a guarda de honra.
A nova embarcação que foi baptizada com o nome de COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO, estava na carreira, embandeirada em arco. A meio do rio via-se fundeada a canhoneira NRP ZAIRE, que pouco antes, vinda do mar, demandara a barra, após o seu serviço de fiscalização das pescas.
Pouco depois das 14h00 o sr. Paulino Soares, piloto-mór, convidou a esposa do sr. Comandante Afonso de Carvalho a proceder á cerimónia do baptismo, e minutos decorridos a nova embarcação de pilotagem deslizava na carreira e entrava nas águas do Douro, entre grandes manifestações de regozijo. Após aquela cerimónia, os convidados seguiram para a sede da Corporação de Pilotos, na Cantareira, onde ia realizar-se a homenagem, aos Srs. comandantes Afonso de Carvalho e A. Coucêlo. No gabinete da direcção, o sota-piloto-mór José Fernandes Tato, em nome da corporação dos pilotos, saudou as entidades presentes e os colegas de Lisboa, após o que pôs em evidência a importância que para a corporação local tinha a embarcação que havia sido lançada à água.
Mais adiante, aludiu á vida dos elementos da corporação, para fazer também referências à situação da sua Caixa de Pensões.
Em riscos de não poder cumprir os seus objectivos, foi o snr. comandante Coucêlo - disse - quem solucionou o problema a contento de todos. Lembrou a necessidade de ser criada uma Caixa de Reformas, e terminou por convidar a Sra. de Afonso de Carvalho a descerrar os retratos de seu marido e do snr. comandante Coucêlo, cerimónia que foi coroada por uma prolongada salva de palmas.

O sr. comandante Afonso de Carvalho corta o cabo que sustinha a nova embarcação dos pilotos / jornal O Século /.

O sr. comandante Afonso de Carvalho agradeceu, a seguir, a homenagem,  e manifestou a sua satisfação por ver melhorada
A situação da Corporação dos Pilotos, cuja missão enalteceu. Elogiou também, a Corporação dos Pilotos de Lisboa, com a qual viveu três anos, e, por fim, apresentou as suas despedidas, visto ter sido nomeado para comandar o aviso de 1ª classe NRP AFONSO DE ALBUQUERQUE, cargo que, então iria ocupar dentro de dias.
Por último, usou da palavra o sr. comandante do porto de Leixões.
Seguiu-se um «copo de água», durante o qual, brindaram, o sota-piloto-mor José Fernandes Tato, comandante Afonso de Carvalho e comandante A. Coucêlo, após o que os convidados foram visitar o nova casa da consulta, que acabara de ser construída no cais do Marégrafo, destinada a simplificar as operações de pilotagem, pois entre outros serviços que lhe eram destinados, servirá para estabelecer a comunicação rádio-telefónica com o rebocador COMADANTE AFONSO DE CARVALHO.
À noite, realizou-se na Foz do Douro, um jantar de confraternização dos pilotos, oferecido pela casa construtora do novo rebocador de pilotagem portuária.
Estiveram presentes, o patrão-mor do porto do Douro; o segundo tenente António Bernardino Moreira; piloto-mór de Lisboa, sr. José de Almeida Florêncio; sota-piloto-mór de Lisboa, Augusto Martins; José Pinto de Almeida, e Francisco Rodrigues Brandão, pilotos-mór reformados, ambos da corporação do Douro e Leixões; Paulino de Sousa Soares,  piloto-mór do Douro e Leixões; António ds Silva Pereira, sota-piloto-mór de Leixões; José Fernandes Tato, sota-piloto-mór do Douro, além de muitas outras pessoas, e como não poderia deixar de ser, todos os pilotos da barra dos portos do Douro e Leixões e os representantes dos seus colegas da barra do Tejo. Aos brindes, falaram vários oradores, que se referiram ao significado daquela festa e salientaram o espírito de solidariedade que deve unir todos os pilotos.
Foram saudados, o governo, e os srs. Presidentes da República e do Conselho de Ministros, Portugal e a Imprensa.


COMANDANTE AFONSO DE CARVALHO, 24,35m/ 93,05tb, construído em madeira pelos Estaleiros do Ouro, António Gomes Martins & Fos., Lda., que serviu muito pouco ou mesmo nada as tarefas de pilotagem. No entanto, entre outros, a 15/02/1941 colaborou no desencalhe do paquete Brasileiro CUYABÁ, 125m/6.489tb, na Bacia do porto de Leixões e em algumas tarefas de rebocagem do tráfego local, tendo sido vendido em 1941 para a SAPEC, Setúbal, a fim de fazer face à difícil situação financeira da corporação, motivada pela falha de navegação, sobretudo estrangeira devido às consequências da guerra.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Jornal O Século; Lloyd's Register of Shipping.
(continua)
Rui Amaro

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