terça-feira, 13 de julho de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 80

O NAVIO-MOTOR NORUEGUÊS “BELNOR” DESCARREGOU CARRUAGENS PARA A COMPANHIA DOS CAMINHOS DE FERRO DO NORTE


BELNOR / Autor desconhecido (c) Photoship Co., UK /.


A 18/09/1931, pelas 12h00, atracou ao cais do molhe Sul o navio-motor Norueguês BELNOR, especializado no transporte de volumes pesados, tais como locomotivas, carruagens, barcaças, sendo seu agente na cidade do Porto, a firma Wall, Westray & Co. Ltd, a fim de descarregar dezoito carruagens destinadas à Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte. A entrada foi dirigida pelo piloto Alfredo Pereira Franco e a saída pelo seu colega Manuel Pinto da Costa



LISE / (c) cortesia Danish Marime Museum, Elsinore /.



O BELNOR descarrega vagões no porto de Leixões, cais do molhe Sul, em 18/09/1931 /(c) imagem Espólio Fotográfico APDL /


Durante o período das hostilidades aquele vapor, assim como o seu gémeo BELRAY fizeram parte de vários comboios navais e, entre outro material, transportou lanchas de desembarque e veículos militares embarcados em bases navais Britânicas e destinadas a vários portos mediterrânicos do norte de África e no retorno carregava minério.

Fontes; José Fernandes Amaro Júnior; Sjohistorie.NO; Photoship Co., UK.

(continua)

Rui Amaro

segunda-feira, 12 de julho de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 79

RECORDANDO A CHEGADA DO SALVA-VIDAS “CARVALHO ARÁUJO” AO PORTO DE LEIXÕES, QUE FOI UMA DAS PRIMEIRAS UNIDADES MOTORIZADAS DO GÉNERO EM PORTUGAL.


O CARVALHO ARAÚJO na sua forma primitiva / desenho visionado por Rui Amaro /.


A 17/09/1931, pelas 20h00, deu entrada no porto de Leixões, armando em cúter de velas, o novo salva-vidas a motor CARVALHO ARAÚJO, que realizou a viagem pelos seus próprios meios, desde a estação de socorros a náufragos de Paço de Arcos, Lisboa, para onde havia sido transportado a bordo do vapor Alemão APOLLO, vindo dos estaleiros especializados na Alemanha, onde havia sido construído recentemente, e que se destinava a prestar serviço de socorros a náufragos na barra do Douro e porto de Leixões, e ainda nas suas áreas adjacentes.

Éra um interessante barco e com todas as características próprias ao fim a que se destinava ,preenchendo assim uma lacuna que há muito se fazia sentir, satisfazendo ao mesmo tempo as reclamações que em tempos foram formuladas por grande número de entidades, e, especialmente, pela Associação Comercial do Porto, aquando do triste naufrágio do vapor Alemão DEISTER, á entrada da barra do Douro, e em que pereceram todos os tripulantes, e ainda o desditoso piloto da barra Jacinto José Pinto.



O CARVALHO ARAUJO demandando o porto de Leixões em adstramento da sua eauipagem, década de 60 / Rui Amaro /.


O CARVALHO ARAÚJO prestou durante a sua existência de 48 anos relevantes tarefas de assistência a navios em dificuldade e salvamento de náufragos, nomeadamente nos naufrágios de muitas embarcações pesqueiras e dos navios GAUSS, INGA I, ANGRA, U-1277, ALEXANDRE SILVA. METEORO, SILVER VALLEY e muitos mais, e ainda em situações de ciclones no porto de Leixões. Além disso durante o período da Segunda Guerra Mundial foi em socorro de aviadores Aliados ou Germânicos, cujas aeronaves se despenharam nas águas ao largo da costa Norte. O meu pai, piloto da barra, em algumas dessas ocasiões fez parte da sua tripulação de voluntários. Quando a lancha de pilotos P1 do porto de Leixões, pela sua fragilidade, não tinha hipótese de abordar os navios ao largo, era o CARVALHO ARAÚJO que o fazia, enfrentando o mar tempestuoso.

Sofreu um grave revés, aquando do encalhe do GAUSS na barra do Douro a 11/05/1932, o qual na tentativa de resgatar a equipagem do salva-vidas a remos PORTO, que se havia voltado junto ao navio naufragado na restinga do Cabedelo, acabou por se voltar também, perecendo alguns homens das duas lanchas salva-vidas.

Foram seus patrões entre outros, José Rabumba “O Aveiro”, José Caetano Nora, António Rodrigues Crista e José Malhão. Homens de tempera!


O PATRÃO JOAQUIM CASACA no porto de serviço de Leixões, 1979 / (c) Foto Mar - Leixões /.


Em 1979 o CARVALHO ARAÚJO foi substituído pelo moderno e sofisticado salva-vidas da classe Americana “Waverney” PATRÃO JOAQUIM CASACA (UAM-673), construído no estaleiro do Alfeite, e que continua em serviço activo nos portos do Douro e Leixões, e segundo consta o seu antecessor foi transferido para uma estação de socorros a náufragos algures na costa Algarvia, perdendo-se então o seu rasto.

Fonte: José Fernandes Amaro Júnior.

(continua)

Rui Amaro