sábado, 7 de maio de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 176

O PILOTO JOSÉ FERNANDES TATO POR SORTEIO VAI PRESTAR SERVIÇO NO PORTO DE LEIXÕES EM SUBSTITUIÇÃO DO SEU COLEGA CARLOS DE SOUSA LOPES QUE REGRESSA À BARRA DO DOURO

A 10/04/1935, pelas 14h00, foi efectuado um sorteio para escolher um dos pilotos da estação da Cantareira, que iria substituir na secção de Leça da Palmeira, o piloto Carlos de Sousa Lopes, que terminado o seu tempo de serviço naquele porto regressaria à Foz do Douro.
Os pilotos que entraram no sorteio foram os seguintes: Eurico Pereira Franco, Aires Pereira Franco, Pedro Reis da Luz, João António da Fonseca, António Gonçalves dos Reis, Hermínio Gonçalves dos Reis, Francisco Luís Gonçalves, Francisco Piedade, Joel da Cunha Monteiro, José Fernandes Tato, Bento da Costa, Francisco Soares de Melo, Delfim Duarte e António Duarte. A sorte caiu no piloto José Fernandes Tato, tendo seguido para o porto de Leixões e apresentando-se na sede da corporação à Foz do Douro, o piloto Carlos de Sousa Lopes.
A 19/04/1935, pelas 10h00, apresentou-se ao capitão do porto de Leixões o sota-piloto-mor António da Silva Pereira (Carola), que foi chefiar a secção da corporação de pilotos em Leça da Palmeira em substituição do seu colega António Joaquim de Matos, que regressou à sede, na Foz do Douro.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

quarta-feira, 4 de maio de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 175

A FROTA BACALHOEIRA PORTUENSE PREPARA-SE E RUMA AOS PESQUEIROS DOS GRANDES BANCOS DA TERRA NOVA E GROENLÃNDIA


Lugres bacalhoeiros em Massarelos, rio Douro, distinguindo-se o MARIA CARLOTA pintado de cor branca /foto de autor desconhecido - colecção F. Cabral, Porto/.

 Nos meses de Abril e Maio de 1935, os lugres bacalhoeiros à vela ou com motor auxiliar da praça do Porto ou de outros portos de registo, que estiveram a hibernar e a sofrer beneficiações com vista à campanha do ano de 1935, começaram a largar do rio Douro com rumo aos grandes bancos da Terra Nova e Groenlândia, aproveitando as nortadas frescas, que se faziam sentir ao largo da barra do Douro, e próprias daquela época do ano.
A 27/04 saiu o MARIA CARLOTA, 42m/230tb, piloto José Fernandes Amaro Júnior. A 01/05 foi de saída o PALMIRINHA, 38m/269tb, conduzido pelo mesmo piloto e na sua popa ia o PAÇOS DE BRANDÃO, 39m/187tb, piloto Hermínio Gonçalves dos Reis. Este último navio foi um dos dois derradeiros puros lugres à vela da conhecida e famosa “Portuguese White Fleet”, que terminou os seus dias na década de 50 do século XX, no fundo dos mares da Terra Nova. O outro foi o elegante ANA MARIA, 51m/271tb, do Porto. ex ARGUS, da Parceria Geral de Pescarias, de Lisboa, construído no ano de 1873, pelos estaleiros de Dundee/Escócia, também com o nome de ARGUS.        
A 28/05, o NAVEGADOR, 44m/283tb, foi fazer experiências de máquina e regular agulhas, tendo saído a barra e regressado mais tarde, amarrando no quadro dos navios bacalhoeiros, em Massarelos, sob a orientação do piloto José Fernandes Amaro Júnior. Este navio, alguns anos mais tarde, foi adquirido por Augusto Fernandes Bagão e Outros, Aveiro, que o registou com o nome de MARIA ONDINA, nome de uma das sócias, e o colocou no tráfego comercial.
A 16/04/1946, pelas 15h00, o MARIA ONDINA, 48m/388tb, perdeu-se por encalhe na restinga do Cabedelo da barra do Douro, devido ao seu pouco andamento mas sobretudo a águas de ronhenta. A tripulação e o piloto da barra Jaime Martins da Silva foram salvos a muito custo pela lancha dos pilotos P4 timonada pelo seu mestre Eusébio Fernandes Amaro, excepto o capitão e o piloto, que mais tarde saltaram para a água e foram recolhidos pelo salva-vidas da Afurada sob as ordens do seu patrão Maximino, que a remos se aproximara do lugre. O salva-vidas foi de imediato rebocado pela dita lancha dos pilotos para a Cantareira, onde foi prestada toda a assistência aos náufragos.
A 31/05 é a vez do PATRIOTISMO, conduzido pelo mesmo piloto do NAVEGADOR, efectuar experiências de máquina e regular agulhas. Largou de Massarelos, foi atracar à prancha da Shell, na Arrábida, e depois de abastecido de gasóçeo saiu a barra e concluída as experiências, regressou ao rio e foi amarrar no quadro de Massarelos. Estes dois últimos lugres bacalhoeiros rumaram aos mares gelados do Noroeste do Atlântico, dois dias mais tarde.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior.
(continua)
Rui Amaro