quinta-feira, 19 de julho de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 242

O “NRP GIL EANNES” DEMANDA A BARRA DO DOURO PROCEDENTE DOS BANCOS DA TERRA NOVA E GROENLANDIA


O GIL EANNES (1)  com as cores neutrais durante o período da 2ª guerra mundial  / foto de autor desconhecido /.

A 23/10/1941, pelas 11h00, cruzou a barra do Douro o NRP GIL EANNES, vapor da Marinha de Guerra em serviço de apoio e assistência à frota bacalhoeira a operar nos Grandes Bancos da Terra Nova e Groenlândia de onde procedia. Aquela unidade naval, que era comandada pelo oficial de marinha, Cmdt. Zolá da Silva foi conduzida de entrada pelo piloto Eurico Pereira Franco, que a foi amarrar na lingueta do Bicalho, Massarelos, a fim de descarregar o seu carregamento de “stock fish”, embarcado em vários portos daqueles dois territórios do noroeste Atlântico e destinados aos armazéns da C.R.C.B – Comissão Reguladora do Comércio de Bacalhau, situados junto do local da descarga. A bordo também vieram alguns pescadores da frota, que tiveram de ser assistidos por motivo de doenças súbitas ou ferimentos graves, os quais após as formalidades legais desembarcaram e seguiram para as suas terras de origem, tão distantes como Vila Praia de Ancora ou Fuzeta. A 31/10, pelas 15h00, o NRP GIL EANNES, conduzido pelo piloto Aristides Pereira Ramalheira largou do rio Douro com destino ao porto de Lisboa, onde a 01/11 completou a sua oitava campanha.


O NRP GIL EANNES durante as manobras de amarração na lingueta do Bicalho, Massarelos / foto de autor desconhecido enviada por Nuno Bartolomeu, Almada /.

NRP GIL EANNES – imo 5803759, navio apoio/hospital da frota bacalhoeira Portuguesa, 90m/1.775tb, entregue em 05/1914 pelo estaleiro G. Seebeck, Geestmunde, como LAHNECK à DDG Hansa, Bremen, e devido à guerra refugiou-se no estuário do Tejo, juntamente com outros navios Alemães; 23/02/1916 motivado pela falta de transportes marítimos, Portugal requisitou à Alemanha os referidos navios, o que foi recusado, e como tal Portugal não teve outra alternativa senão confiscar todos os navios, incluindo o LAHNECK, que passou a denominar-se GIL EANNES, e em face do confisco a Alemanha declarou guerra a Portugal. O vapor foi fretado pela firma Raúl Santos, de Lisboa, e terminado o contrato ainda em 1916, foi transferido para a Marinha de Guerra. Na sua longa história serviu como unidade naval e mercante, foi cruzador, transporte de tropas, navio de treino, e esteve afecto ao serviço comercial (TME), e em 1924 foi integrado na frota da Marinha de Guerra, contudo a sua actividade mais importante foi como navio apoio/hospital à frota de pesca Portuguesa, sob gestão da Marinha de Guerra e SNAB, operando nos pesqueiros da Terra Nova e Groênlandia. Quando terminada a campanha regressava à Pátria com carregamentos de "stock fish" para Lisboa ou Porto/Leixões. O GIL EANNES (1) fez a sua última campanha em 1954, tendo sido substituído em 1955 pela moderna construção do ENVC, o GIL EANNES (2), o qual hoje se encontra preservado na antiga doca comercial do porto de Viana do Castelo, e em 1954 foi vendido para Itália, onde terminou os seus dias como TETIDE, Vulcania Sarl, Genova, tendo sido desmantelado para sucata em 1956 no porto de Vado Ligure.
Fintes: José Fernandes Amaro Júnior; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro


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