domingo, 14 de novembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 110

O NAUFRÁGIO DO LUGRE “CELESTINA DUARTE” QUANDO SE FAZIA AO PORTO DE LEIXÕES



A 26/02/1933, pelas 09h00, o lugre de três mastros à vela Português CELESTINA DUARTE de 40m/ 229tb, navegando de Sul para Norte sob vento forte de Sul-sueste, na tentativa de demandar o porto de Leixões, trazendo içada a vela do traquete. O navio foi descaindo para sotavento e como não recuperasse para barlavento, o seu capitão prevendo o pior mandou içar as velas de proa no sentido de forçar o navio a correr para barlavento. Não tendo sucesso, deixou-se cair para sotavento, a fim de se fazer ao largo.

Desgraçadamente aquele lugre construído em madeira, na Gafanha da Nazaré no ano de 1919, foi embater com a terrível e fatídica penedia denominada Orça e o enrocamento do molhe Norte, submergindo em menos de dez minutos, perecendo no desastre o seu capitão Paulo Bagão e dois marinheiros, tendo sido salvos os restantes cinco.

Em seu socorro saíram as traineiras RIOS, piloto Alfredo Pereira Franco e a BOM DESPACHO, piloto Júlio Pinto de Almeida; rebocador LUSITÂNIA, piloto Elísio da Silva Pereira; traineira MERI, sem piloto; salva vidas de Leixões e a lancha de Pilotos P1, que não chegaram a actuar, devido à celeridade do desastre.



Também a 22/02/1935, tragédia idêntica esteve para ocorrer com o lugre de três mastros à vela SENHORA DAS AREIAS, que acossado pelo temporal desabrido, que se fazia sentir, demandou o porto de Leixões com risco de soçobrar à entrada do porto, felizmente sem mais percalços.

Fonte: José Fernandes Amaro Júnior; Imagens: Imprensa diária.

(continua)

Rui Amaro

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