quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 42

PILOTO DA BARRA DE SETUBAL DESEMBARCA AO LARGO DO PORTO DE LEIXÕES



A 22.03.1930, pelas 09h00, o vapor Sueco HEBE, 66m/910tb, navegando de Sul para Norte, aproxima-se da costa e comunica com a Estação Semafórica do Monte da Luz, através de sinais de bandeiras içados no seu mastro, pedindo a presença de uma embarcação. De imediato segue ao seu encontro a lancha de pilotar P1, que aborda aquele vapor e recolhe o piloto da barra do porto de Setúbal, o qual ficou impossibilitado de desembarcar naquele porto, devido ao mau tempo existente. O HEBE retoma a sua navegação para Noroeste e desaparece na linha do horizonte, rumando ao porto Islandês de Reykjavik, possivelmente transportando um carregamento completo de sal para a cura de bacalhau.

HEBE – 66m/910tb; 1905 entregue pelo estaleiro Grangemouth & Greenock Dockyard Co., Grangemouth como MARGARETE para o armador ?? (ex SANDAR, EMMA FERNSTROM,

POLSTREAM, MARGARETE); 1947 HEBE, Otto Hellsten, Estocolmo; detalhes subsequentes desconhecidos.

------------------/////-----------------

Também naquela mesma data, saiu a ordem de serviço da Marinha para os pilotos da barra, como era normal por esta ocasião, passarem a usar capa branca no boné até 4 de Outubro, data a partir da qual passavam a usar o boné azul ferrete. Isto é capa branca, somente durante a época do Verão. Esta situação prevaleceu até os pilotos deixarem de usar fardamento.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Lloyd’s Register of Shipping.

(continua)

Rui Amaro

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando e porquê os pilotos deixaram de usar fardamento?

Rui Amaro disse...

Caro Amigo
Exactamente não me recordo do ano em que os pilotos da barra, de Portugal, deixaram de usar fardamento, mas pelo menos foi depois da Revolução dos Cravos, aí por volta 1977. Eu que sempre via o meu pai impecavelmente fardado, até a passear ia de farda, desgostou-me, e até mesmo aos habitantes da Foz e Leça, que estavam habituados e respeitavam os seus práticos portuários!
Pois até nas procissões religiosas das paróquias da Foz do Douro e de Leça da Palmeira, apresentavam-se com as melhores fardas e ostentando as suas condecorações, segurando e orientando as guias dos enormes estandartes, que abriam esses cortejos religiosos.
Os tempos passaram a ser outros e as fardas, bonés, sobretudos e gabardines, lá recolheram aos guarda-fatos.
As fardas autorizadas eram de fazenda azul-ferrete, cotim e cor branca, estas duas no Estio, e além disso em dias de mau tempo usavam capa de oleado, sueste ou capuz (talhados e confeccionados pelos próprios piloto e revestidos com óleo cru ou de linhaça), de botas altas de borracha. Está claro que este vestuário de protecção contra o mau tempo era demasiado pesado, e caso de queda na água, bem podiam dizer Adeus à vida, e o meu pai teve um caso desse agarrado ao último degrau da escada de quebra-costas, felizmente com a ajuda da tripulação do paquete, conseguiu safar-se. Depois surgiu o vestuário impermeável, muito mais leve e cómodo.
Lembro-me do piloto-mor José Fernandes Tato, do Douro e Leixões vestir farda branca e do piloto Tito dos Santos Marnoto usar bivaque.
A nível mundial, houveram corporações ou associações de pilotos da barra, que os seus elementos nunca usaram farda mas também continuam a haver portos em que o uso de fardamento ainda prevalece, nem que seja o boné
Actualmente não sei se poderá chamar uniforme, mas quando os pilotos vão embarcar equipam-se de “blusão de segurança” e até de boné e mesmo capacete como os motociclistas, ostentando a palavra PILOTO.
O pessoal assalariado das corporações de pilotos também andavam uniformizados.
Saudações marítimo-entusiásticas
Rui Amaro – Foz do Douro

Anónimo disse...

Obrigado pela pronta resposta,
poderia publicar mais fotos onde apareçam pilotos fardados?