quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 277




SAÍDA NEGADA AO VAPOR ALEMÃO “PHOEBUS” DEVIDO AO MUITO MAR NA BARRA DO DOURO

O PHOEBUS amarrado no lugar do cais do Monchique, rio Douro, vislumbrando-se ao fundo o iate-motor SANTA LUZIA, da praça de Viana do Castelo, 1952 / F. Cabral, Porto /.

A 22/01/1950, pelas 16h00, vindo do ancoradouro do lugar do cais do Monchique, onde estivera amarrado em operações comerciais, o vapor Alemão PHOEBUS, em 14 pés de calado, sob orientação do piloto José Fernandes Amaro Júnior, a fim de cruzar a barra de saída, quando passava diante da insua do Ouro, deparou com muito mar na barra, e no mastro do cais do Maregrafo, fora-lhe içado, por ordem do piloto-mor, o galhardete da letra “N” do CIS, indicativo de barra negada devido à perigosa agitação marítima, que entretanto se desenvolvera, pois quando aquele piloto embarcara na lancha do rio, na lingueta dos Pilotos, já fazia alguma ondulação na barra, mas não era coisa de impedir a saída.
Em face da situação, aquele piloto disse ao capitão, que teria de retrodecer e ir amarrar no mesmo ancoradouro, e ter de aguardar para a maré do dia seguinte, e disse também, que iria desandar junto da bóia da Cantareira, com a ajuda do ferro de bombordo.
Chegado à referida bóia, a meio do canal, mandou largar o ferro de bombordo e de máquina avante e leme àquele bordo, e por vezes em marcha à ré, e leme a estibordo, o PHOEBUS aproou a leste, e depois de suspender o ferro, lá seguiu para montante até dar fundo no mesmo ancoradouro.
O PHOEBUS, conduzido por outro piloto de escala, acabou por sair no dia seguinte com mar chão, de rumo à doca nº 1 do porto de Leixões, a fim de completar o seu carregamento com as mercadorias de Leixões, sobretudo constituídas por conservas de peixe.   
PHOEBUS – imo 5608063/ 60m/ 657gt/ 8kn; 21/04/1910 entregue por AG Weser, Bremen, à DG Neptun, Bremen; 1923 PHOEBUS, gestores Deutsch Niederlandschen Finanzabkommen GmbH in Berlin, Bremen; 1930 DG Neptun, Bremen; 05/1945, rendição da Alemanha Nazi, encontrava-se em Aalborg em reparações e foi uma das treze unidades que se consevaram ao serviço do seu armador; 07/03/1954 chegava a Hamburgo para desmantelamento.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; DG Neptun, Bremen.
(continua)
Rui Amaro

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