A CHEIA DO
RIO DOURO DE 03/1951
Os navios DARINIAN e WOODCOCK, fortemente amarrados, respectivamente nos lugares doSandeman e dos Vanzelleres suportam as caudalosas águas da cheia do rio Douro / O Comércio do Porto /.
A
16/03/1951, durante a manhã, o Departamento Marítimo do Norte fora avisado,
oficialmente, que o rio Douro no posto hidrométrico da Régua, atingira a altura
de 8,74m na respectiva escala, pelo que na Ribeira do Porto e na Av. Diogo
Leite, de Gaia, e nos ancoradouros das embarcações surtas no porto comercial do
Douro o aumento do volume das águas fazia-se sentir, sobremaneira, notando-se
que as águas principiavam a invadir as margens, ameaçando transbordar sobre os
cais.
Algumas pranchas
de cargas e descargas acabaram por ficar submersas até uma altura assustadora,
caso da prancha-cais do Frigorífico do Peixe de Massarelos e a do Frigorifico
do Bacalhau no lugar do Bicalho.
O navio-motor
português SECIL acostado ao cais do Terreiro, e o lanchão-motor da mesma
nacionalidade GAVIÃO DOS MARES amarrado no lugar das escadas das Padeiras,
correram sério risco de rebentarem as amarras e serem levados rio abaixo pelas
águas caudalosas, pelo que o chefe daquele departamento marítimo, Cte. João
Pais, ordenou que fossem dali retiradas e conduzidas para ancoradouros mais
seguros. A manobra de cambar os dois navios foi difícil dada a impetuosidade da
corrente, que apresentava a velocidade de nove milhas horárias.
Com o auxílio do
rebocador MERCURIO 2º, tendo a seu leme o mestre Domingos, experimentado
profissional destas lides, o piloto de escala Francisco de Matos auxiliado pelo
seu colega José Fernandes Amaro Júnior a bordo do GAVIÃO DOS MARES, e o piloto
de escala Vasco Armando de Moraes coadjuvado pelo seu colega Bento da Costa na
ponte do SECIL, esforçadamente manobraram com êxito, levando aquelas duas
embarcações para o lugar do Cavaco, onde ficaram amarradas em segurança, com
dois ferros à proa, cabos reforçados estabelecidos para terra e ancorote dos
pilotos ao lançante, direccionado a noroeste. Aqueles trabalhos, como sempre,
foram presenciados por inúmeros populares, assistindo também, além do
patrão-mor da capitania Ten. António Costa, o piloto-mor José Fernandes Tato
acompanhado pelo sota-piloto-mor Mário Francisco da Madalena.
A barra do Douro
graças às águas de cheia, também identificada pela população ribeirinha por “engenheiro
da Régua”, continuava a abrir junto do paredão da Meia Laranja, que já ia para
lá dos 250 metros
de largura e com tendência para alargar mais. Embora o mar estivesse um pouco
agitado não impedia um bom escoamento das águas de cheia, que arrastavam para o
largo as areias do movediço Cabedelo.
À noite,
conquanto o tempo aliviasse, apresentando-se por vezes o céu limpo e vento do
quadrante noroeste, no mastro da capitania o sinal indicativo de temporal de
sudoeste continuava içado e no rio Douro vários navios encontravam-se ancorados
com as amarras reforçadas, entre os quais os navios-motor Ingleses DARINIAN e
WOODCOCK, no lugar dos Vanzelleres e o Alemão HERCULES, no lugar das escadas da
Alfândega. Já a 13, por ter garrado, o navio-motor Português JOÃO JOSÉ 1º havia
sido mudado do lugar da Carbonífera para o lugar da Arrozeira, sob a orientação
do piloto José Fernandes Amaro Júnior.
Fontes: José
Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro
ATENÇÃO:
Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste
blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s),
o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a
continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks
they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact
me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension
and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very
much appreciated.
Sem comentários:
Enviar um comentário