segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 276


 A CHEIA DO RIO DOURO DE 03/1951

Os navios DARINIAN e WOODCOCK, fortemente amarrados, respectivamente nos lugares doSandeman e dos Vanzelleres suportam as caudalosas águas da cheia do rio Douro / O Comércio do Porto /.

A 16/03/1951, durante a manhã, o Departamento Marítimo do Norte fora avisado, oficialmente, que o rio Douro no posto hidrométrico da Régua, atingira a altura de 8,74m na respectiva escala, pelo que na Ribeira do Porto e na Av. Diogo Leite, de Gaia, e nos ancoradouros das embarcações surtas no porto comercial do Douro o aumento do volume das águas fazia-se sentir, sobremaneira, notando-se que as águas principiavam a invadir as margens, ameaçando transbordar sobre os cais.
Algumas pranchas de cargas e descargas acabaram por ficar submersas até uma altura assustadora, caso da prancha-cais do Frigorífico do Peixe de Massarelos e a do Frigorifico do Bacalhau no lugar do Bicalho.
O navio-motor português SECIL acostado ao cais do Terreiro, e o lanchão-motor da mesma nacionalidade GAVIÃO DOS MARES amarrado no lugar das escadas das Padeiras, correram sério risco de rebentarem as amarras e serem levados rio abaixo pelas águas caudalosas, pelo que o chefe daquele departamento marítimo, Cte. João Pais, ordenou que fossem dali retiradas e conduzidas para ancoradouros mais seguros. A manobra de cambar os dois navios foi difícil dada a impetuosidade da corrente, que apresentava a velocidade de nove milhas horárias.
Com o auxílio do rebocador MERCURIO 2º, tendo a seu leme o mestre Domingos, experimentado profissional destas lides, o piloto de escala Francisco de Matos auxiliado pelo seu colega José Fernandes Amaro Júnior a bordo do GAVIÃO DOS MARES, e o piloto de escala Vasco Armando de Moraes coadjuvado pelo seu colega Bento da Costa na ponte do SECIL, esforçadamente manobraram com êxito, levando aquelas duas embarcações para o lugar do Cavaco, onde ficaram amarradas em segurança, com dois ferros à proa, cabos reforçados estabelecidos para terra e ancorote dos pilotos ao lançante, direccionado a noroeste. Aqueles trabalhos, como sempre, foram presenciados por inúmeros populares, assistindo também, além do patrão-mor da capitania Ten. António Costa, o piloto-mor José Fernandes Tato acompanhado pelo sota-piloto-mor Mário Francisco da Madalena.
A barra do Douro graças às águas de cheia, também identificada pela população ribeirinha por “engenheiro da Régua”, continuava a abrir junto do paredão da Meia Laranja, que já ia para lá dos 250 metros de largura e com tendência para alargar mais. Embora o mar estivesse um pouco agitado não impedia um bom escoamento das águas de cheia, que arrastavam para o largo as areias do movediço Cabedelo.
À noite, conquanto o tempo aliviasse, apresentando-se por vezes o céu limpo e vento do quadrante noroeste, no mastro da capitania o sinal indicativo de temporal de sudoeste continuava içado e no rio Douro vários navios encontravam-se ancorados com as amarras reforçadas, entre os quais os navios-motor Ingleses DARINIAN e WOODCOCK, no lugar dos Vanzelleres e o Alemão HERCULES, no lugar das escadas da Alfândega. Já a 13, por ter garrado, o navio-motor Português JOÃO JOSÉ 1º havia sido mudado do lugar da Carbonífera para o lugar da Arrozeira, sob a orientação do piloto José Fernandes Amaro Júnior.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

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