quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 272


TRÊS LUGRES BACALHOEIROS NÃO TENDO ÁGUA SUFICIENTE NA BARRA DE AVEIRO APRESSARAM-SE A VIR PARA O RIO DOURO

ANTÓNIO RIBAU / autor desconhecido /.

MARIA FREDERICO / Foto Mar, Leixões /

RIO CAIMA / autor desconhecido /

A 09/10/1949, vento sul fresco com alguma bruma, a meio da tarde, já no final da preia-mar, a lancha de pilotar P9 sai a barra, levando a bordo alguns pilotos, e estranhamente ruma a sul sobre o banco da barra, o que não era muito usual.
Algum tempo depois começa-se a vislumbrar por entre a bruma um lugre de três mastros, de traquete desfraldado e o rebocador VOUGA 1º, pegando à proa. Esse lugre era o ANTÓNIO RIBAU, e pouco depois descortina-se outros dois lugres, que eram o MARIA FREDERICO e o RIO CAIMA, também ambos, com algum pano içado, para dar mais alguma marcha, a fim de conseguirem entrar com a preia-mar, o que já não lhes foi possível.
Essses lugres que tinham estado à barra de Aveiro, e não conseguindo àgua, mesmo em ocasião de maré grande, não perderam tempo e rumaram ao rio Douro a toda a força dos seus motores, a fim de desembarcarem as respectivas companhas e ficarem a aguardar melhores águas na barra do seu porto de armamento.
O ANTÓNIO RIBAU, sempre assistido pelo VOUGA 1º, faz-se á barra por sudueste, junto ao banco, e já entra com vazante, logo a seguir, e pelo mesmo enfiamento, entra a MARIA FREDERICO, auxiliado pelo MERCURIO 2º, que saíra a barra ao seu encontro, e por último um pouco atrasado vem o RIO CAIMA, em 15 pés de água, conduzido pelo piloto José Fernandes Amaro Júnior, que não conseguindo rebocador, e já com bastante vazante, passa junto ao cabeço do banco, e lá vai singrando para montante pelos seus próprios meios, com certa dificuldade, aguenta a bombordo, aguenta a estibordo, mas lá ultrapassa a zona critica. Os três lugres foram amarrar no lugar do Cais do Cavaco, frente a Massarelos, a dois ferros, ancorotes dos pilotos para noroeste e cabos estabelecidos para terra, junto a outros navios bacalhoeiros do Douro, da Figueira da Foz e de Aveiro, já anteriormente chegados.
Em terra, ali junto ao cais do Touro e da Meia Laranja, era um ver se te avias, com tantos familiares e amigos das companhas e tripulantes, que logo que souberan na barra de Aveiro, que os lugres não tinham entrada e vinham para o Douro, num abrir e fechar de olhos, prantaram-se na Foz do Douro, até parecia que estávamos na romaria ao São Bartolomeu, que se celebra na freguesia no mês de Agosto.
Fontes: o autor do blogue
(continua)
Rui Amaro


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