domingo, 19 de junho de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO MDE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 180

MOVIMENTO MARÍTIMO NO DOURO E LEIXÕES COM DIFICULDADES DEVIDO AO MAU TEMPO, ASSOREAMENTOS E AOS DESTROÇOS DO PAQUETE “ORANIA”


 
MADRID


A 21/11/1935, grande maresia e ventos fortes soprando dos quadrantes sul, oeste e noroeste, rondando de direcção com frequência, além de grandes bátegas de chuva. Dadas essas condições de tempo a barra do Douro esteve encerrada à navegação, além disso encontrava-se bastante assoreada, pelo que estava interdita a embarcações com calados de água superiores a 15 pés à popa e 14 pés à proa. Alguns vapores tiveram de entrar no porto de Leixões, a fim de ratificar o seu calado ou aliviarem parte da sua carga, antes de demandarem o rio Douro.
Na bacia do porto de Leixões encontravam-se fundeados a aguardar melhoria das condições de acesso à barra, os seguintes vapores: Ingleses MAUD LLEWELLYN. JOYCE LLEWELLYN, AKENSIDE, CRESSADO e BRINKBURN; Portugueses ALFERRAREDE e PERO DE ALENQUER, e ainda o Holandês TIBERIUS. O paquete Alemão MADRID, 139m/8.777tb, que aguardava entrada no porto de Leixões, onde embarcaria alguma carga e um grande número de passageiros destinados aos portos do Brasil e do Rio da Prata, teve de seguir viagem rumo ao porto de Lisboa, por impossibilidade de demandar aquele porto nortenho, não só pela situação de mau tempo, que se fazia sentir mas também devido aos destroços do paquete holandês ORANIA, semi-submersa a meio da bacia, a qual dificultava a manobra de unidades de grande porte, desde o acidente que o vitimou a 19/12/1934. O vapor Alemão LAS PALMAS, que era esperado no rio Douro, não quis aguardar oportunidade de entrar no porto de Leixões e seguiu rumo do sul.
A 24/11/1935, pelas 13h00, seguiram para Leixões vários pilotos, a fim de embarcarem na bacia ou ao largo daquele porto nos seguintes vapores: Portugueses CORTE REAL, piloto António Gonçalves dos Reis; ALFERRAREDE, piloto José Fernandes Tato; Ingleses JOYCE LLELWELLYN, piloto Hermínio Gonçalves dos Reis; MAUD LLELWELLYN, piloto Júlio Pinto de Carvalho; AKENSIDE, piloto António Duarte; CRESSADO, piloto Aires Pereira Franco; Alemão TANGER, piloto José Fernandes Amaro Júnior; Norueguês DOURO, piloto Francisco Soares de Melo; Holandês TIBERIUS, piloto Elísio da Silva Pereira e o vapor de pesca de arrasto Português FAFE, piloto João Pinto de Carvalho, tendo sido este, pelo seu reduzido calado de água, a única embarcação a passar a barra. A todos os outros vapores foi recusada a entrada, não só devido à forte corrente de águas de cima, como ao estado lastimoso da barra.
Na hora da preia-mar, a escala do marégrafo do pontal da Cantareira registava 19 pés, todavia no canal de navegabilidade, diante do cais do Touro sondava-se 14 pés, pelo que aqueles vapores ou ficaram fora da barra ou abrigaram-se na bacia do porto de Leixões, aguardando melhores condições de acesso à barra do Douro em segurança e com auxilio de rebocador à proa, que também seria necessário para as largadas. Muitos daqueles vapores e outros, que entretanto apareceram à vista efectuaram as suas operações comerciais na bacia ou seguiram viagem para outros portos de escala.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior; Imagem: Hamburg Sudamerikanische.


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