terça-feira, 15 de março de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 162

O VAPOR PORTUGUÊS "SANTO ANTÓNIO" / "PÁDUA" CRUZA A BARRA DO DOURO PELA PRIMEIRA VEZ.


O vapor PÁDUA atracado no porto de Lisboa, no inicio do conflito, exibindo as marcas da sua neutralidade /foto de autor desconhecido - col. F. Cabral, Porto/.

 A 06/11/1934, pelas 10h00, procedente do porto de Cardiff com um carregamento completo de carvão, demandou a barra do Douro o vapor Português SANTO ANTÓNIO, ex Inglês TEECO, vapor este que escalava o rio Douro com regularidade, e foi adquirido para operar na carreira do norte da Europa.
A 17 do mesmo mês saiu a barra ostentando o novo nome de PÁDUA, rumando aos portos de Hamburgo e Anvers. De entrada foi conduzido pelo piloto João Pinto de Carvalho e de saída pelo piloto Francisco Luís Gonçalves.
SANTO ANTÓNIO/PÁDUA – 56,23m/ 664,96tb, 9,5nós, possuía um só mastro, cujos paus de carga serviam dois porões, tinha as superstruturas situadas à ré e fora entregue em 08/1925 pelo estaleiro Norddeutsche Union Werke A.G., Tonning, Alemanha, ao armador Sir Walter Steamship Co., Ltd. (Turner, Edwards & Co., Ltd. - gestores), Bristol, que o baptizou com o nome de TEECO e era um frequentador assíduo dos principais portos Portugueses. Em 11/1934 foi adquirido pela Empresa Marítima do Norte., Lda., Porto, na qual a Companhia Colonial de Navegação, Lisboa, possuía interesses, tendo sido colocado na linha do norte da Europa. Aqui no Douro/Leixões, o PÁDUA era mais identificado de "Corcunda", por ter o casario à ré. A cor da chaminé era preta com uma larga lista verde.
A 27/10/1943, o vapor PÁDUA navegava em pleno Mediterrâneo, na sua 19ª viagem com destino a Marselha, fazendo a aproximação àquele porto, quando a 22 milhas, sem que nada o previsse, subitamente foi sentida uma enorme explosão à popa, que se supôs ter sido devida ao choque com alguma mina à deriva, dando origem ao seu afundamento.
De uma equipagem de 21 homens, seis homens pereceram no naufrágio, tendo os 17 sobreviventes sido salvos nas duas baleeiras do próprio vapor, os quais remaram na direcção do porto de Marselha, e mais tarde foram auxiliados pelo barco de pesca Francês LES QUATRE FRÉRES, cujo mestre os fez chegar ao pequeno porto pesqueiro de Sausset-les-Pins da “Cote d’Azur”, onde a população lhes prodigalizou toda a assistência. Os tripulantes foram depois conduzidos a Marselha, que distava 36km daquele centro piscatório, onde algum tempo mais tarde embarcaram no vapor Português LOBITO da Companhia Colonial de Navegação, que os trouxe para Lisboa.
Aquele vapor encontrava-se ao serviço da Cruz Vermelha Internacional no transporte de socorros, encomendas e correspondência para as vitimas e prisioneiros de guerra, juntamente com os vapores Portugueses AMBRIZ, COSTEIRO, TAGUS e ZÉ MANÉL. O primeiro realizara em Setembro de 1942, sem ter sofrido qualquer percalço, a sua 100ª viagem através do Mediterrâneo ao serviço daquela benemérita associação.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Crónica dos Navios da Marinha Portuguesa, (Anais do Club militar Naval), Cdt. Carlos Amorim; Lloyd´s Register of Shipping.
(continua)
Rui Amaro
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