terça-feira, 1 de março de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 156

O "NRP LIMA", CONTRATORPEDEIRO, DEMANDOU PELA PRIMEIRA VEZ O PORTO DE LEIXÕES


O NRP LIMA D333 demanda o porto de Leixões integrado numa força naval, que prestou honras militares junto da barra Aveirense ao chefe de estado Almirante Américo Thomaz na sua visita à cidade de Aveiro a bordo do navio presidencial NRP GRACIOSA-M417, que o transportara desde o porto de Leixões em 06/1959. A referida força naval era constituída pelos seguintes vasos de guerra: NRP LIMA/ D333; NRP VOUGA/ D334; NRP CORTE REAL/ F334; NRP PONTA DELGADA/ M405/ NRP VILA DO PORTO/ M408; NRP SANTA CRUZ/ M409/ NRP S. PEDRO/ M412; NRP NEPTUNO/ S162. / Foto de F. Cabral - Porto /.


A 23/06/1934, pelas 13h00, o "NRP LIMA", contratorpedeiro, demandou pela primeira vez o porto de Leixões, sob orientação do piloto Júlio Pinto de Almeida, procedente do porto de Viana do Castelo em visita de rotina, e a 26, pelas 10h00, fez-se ao mar com rumo ao porto de Peniche, sendo as manobras de largada conduzidas pelo piloto José Fernandes Amaro Júnior.

NRP LIMA – Deslocamento máximo 1.588,45 tons/ comprimento total 98,15m/ Boca máxima 9,50m/ Pontal 5,71m/ Raio de acção 4.800 milhas à velocidade de 15 nós/ 3 caldeiras aquitubulares/ Potência de máquinas 33.000 cavalos/ Armamento 4 canhões de 120mm, 3 peças de 40mm, aa., 3 peças de 20mm, aa., 4 tubos lança torpedos de 533mm, 4 morteiros, 2 lança- bombas, de profundidade, e, eventualmente, 22 minas, com calhas de lançamento/ Capacidade para combustível, nafta, 296 tons, 345 tons como máximo/ 2 hélices/ Velocidade máxima 36 nós/ Guarnição, 9 oficiais e 162 sargentos e praças; 12/10/1933 entregue pelo estaleiro Yarrow (Shipbuilders) Ltd., Scotstoun, Clyde, à Marinha de Guerra Portuguesa, sendo ministro da Marinha, o vice-almirante Magalhães Corrêa; Identificação de amura, primitivamente a letra L e em 1946 alterou para o número NATO D333.

Os seus gémeos eram os seguintes: DOURO (1) DR; TEJO (1) T; VOUGA, V/ D334; DOURO (2), DR/ D332; DÃO, D/ D331; TEJO (2), T/ D335, construídos entre 1932 e 1935. Os dois primeiros foram cedidos à Armada da Republica da Colômbia, tomando os nomes ARC ANTIOQUIA e ARC CALDAS e foram construídos também pela casa Yarrow, Scotstoun, assim como o VOUGA. O DOURO (2), O TEJO (2) e o DÃO foram construídos pelos estaleiros da Sociedade de Construções e Reparações Navais, Lisboa.

Todos aqueles vasos de guerra foram encomendados ao abrigo do Programa Naval Português, cuja execução fora decretada em 1930 e iniciada em 1931 da responsabilidade do ministro da marinha, vice-almirante Magalhães Corrêa, tendo sido reconstruídos e modernizados nos estaleiros Yarrow, Scotstoun, de 1947 a 1949, sendo ministro da marinha o contra-almirante Américo Thomaz, tendo por volta de 1955 recebido melhoramentos nos estaleiros da CUF, Lisboa. Os cinco "destroyers" que conservaram a bandeira nacional começaram a ser desactivados entre 1959 e 1969 e aqueles dois cedidos à armada da Colômbia, ARC ANTIOQUIA e ARC CALDAS, foram desactivados na década de 50.

No desenrolar da 2ª Guerra Mundial, 1939/45, o NRP LIMA, sob o comando do então cap.ten. Sarmento Rodrigues, teve uma extraordinária acção humanitária na busca e no salvamento de 110 náufragos do paquete Inglês AVILA STAR, que fora torpedeado pelo submarino U-201, corria o anode 1942, ao largo do arquipélago dos Açores. No ano seguinte, sob as ordens do mesmo comandante voltou a proceder á busca e ao resgate de 118 náufragos doa navios Norte- Americanos JULIA WARD HOWE e CITY OF FLINT atacados, respectivamente pelos submarinos U-442 e U-575. Nessa missão de socorro o NRP LIMA, sob a impetuosidade natural de uma violenta tempestade alcançou a invulgar inclinação de 69º, esteve em risco de naufragar, tendo haviso, pois, perigo de vida na prossecução dessa nobre acção humanitária, segundo relato do alm. Sarmento Rodrigues no seu requintado opúsculo, de recorte literário clássico, intitulado "O Nosso Navio".

http://www.uboat.net/allies/merchants/ships/1902.html

http://www.uboat.net/allies/merchants/ships/2610.html

http://www.uboat.net/allies/merchants/2603.html

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Marinha de Guerra Portuguesa em 1955, de Mauricio de oliveira; Crónicas do Professor Nuno Sotto mayor Ferrão; U-Boat Net.

(continua)

Rui Amaro


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