segunda-feira, 4 de outubro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 98

QUATRO BARCOS DA FANECA DE PENDÃO AO ALTO POR ALTURAS DA CAPELINHA DO SENHOR DA PEDRA E A SEMPRE SOLICITA LANCHA DE PILOTOS EM SEU SOCORRO


A lancha de pilotar P1 no porto de Leixões em 1955 / Gravura do Diário do Norte /.


A 11/07/1932, pelas 14h00, por ordem do capitão do porto de Leixões, e mais uma vez como alternativa às lanchas salva-vidas do ISN – Instituto de Socorros a Náufragos, se bem que desta, fora pela ausência do salva-vidas auto propulsor CARVALHO ARAÚJO, que se encontrava em Lisboa em reparação, devido a ter sido uma das vitimas da tragédia da barra do Douro, que ficou a ser lembrada como “O ENCALHE DO GAUSS”, saiu daquele porto a lancha dos pilotos P1 em socorro de quatro barcos da faneca, que se encontravam, com pendão ao alto (a), ao Sul da barra do Douro, mais propriamente por alturas da capelinha do Senhor da Pedra, sem hipóteses de alcançarem bom porto, devido à forte Nortada, que se fazia sentir na costa.

A lancha, timonada pelo cabo-piloto Paulino Pereira da Silva Soares, regressou ao porto de Leixões ao anoitecer, trazendo as quatro embarcações a reboque, sem mais percalços. Note-se que a P1 nesse tempo, embora de convés, não era cabinada, apenas possuía a caixa da máquina e uma espécie de gaiuta aberta, onde aquele cabo-piloto de mãos nas malaguetas da roda do leme, conduzia a lancha, e debaixo de vento de Nortada, não era nada agradável para os quatro membros da tripulação, pois só providos de capa de oleado e capuz minimizava as encharcadelas próprias de mar de Nortada ou da chuva em dias molhados.

No caso de embarcações em dificuldades, localizadas a maiores distâncias do Douro ou Leixões, o capitão do porto ordenava a saída de um rebocador, ou por vezes eram trazidas por vapores que rumavam a Norte deixando-as o mais próximo daqueles dois portos, ou do centro piscatório a que pertenciam as embarcações socorridas.


Um barco das peças (pesca de redes de emalhar da sardinha) / Imprensa diária - 1955 /.


Pendão ao alto: uma peça de pano, normalmente vestuário, colocado no topo de um mastro, vara ou remo ao alto, chamando a atenção para dificuldades que surgiram na embarcação e necessitando de socorro urgente.

Fonte: José Fernandes Amaro Júnior

(continua)

Rui Amaro

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