terça-feira, 3 de agosto de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 87

OS VAPORES “SELLINGE” E “CONGO” SOFREM INCIDENTES Á ENTRADA DA BARRA


CONGO / (c) foto de autor desconhecido - Colecção F. Cabral, Porto /



A 24/11/1931, pelas 13h20, quando cruzava a barra do Douro o vapor Inglês SELLINGE, diante do lugar da Forcada, devido a águas da serra, desgovernou a bombordo e para evitar o encalhe nas pedras do cais Velho, o piloto António Duarte mandou largar o ferro de estibordo e máquina à ré. Endireitando ao canal, virou o ferro e seguiu rio acima, sem mais percalços, até dar fundo a dois ferros, cabos estabelecidos para terra e ancorote dos pilotos para Noroeste, no lugar dos Vanzelleres.

A 26/11/1931, pelas 14h30, quando o vapor Português CONGO, piloto Aires Pereira Franco, ao passar pelo lugar da Ponta do Dente, devido a um estoque de água provocado pelas águas de ronhenta, foi de guinada ao Norte, vendo-se obrigado a largar o ferro de estibordo e meter marcha à ré. Ao manobrar para ir ao meio do rio, perdeu o ferro e seguiu para montante, até largar o único ferro disponível no lugar do Cavaco, passando cabos para terra e ancorote dos pilotos ao lançante para Noroeste.

SELLINGE – 86m/ 1.710tb/ 9 nós; 04/1919 entregue po C. Rennoldson, Newcastle, como THISBE a E. Charlton, Reino Unido; 1920 CRANFORD, Brentford Gas Co., Londres; 1928 SELLINGE, Constants (South Wales), Ltd., Londres; 30/11/1933 naufragou na posição 47,14N/02,30W, perto da costa da Bretanha.

CONGO – 95,77/ 3.090,88tb, 08/1905 entregue por Flensburger Schiffsbau GmbH & Co. KG como CLARA MENZELL a Chinesische Kustenfahrt, Hamburg; 1907 INGRABAN, Hamburger Bremer Afrika Linie, Hamburgo; 06/03/1916 INGRABAN, encontrava-se internado no porto de Luanda, quando foi requisitado pelo governo Português e, consequentemente apoderado pelas forças navais portuguesas, tendo passado a fazer parte com o nome de CONGO da frota da então recém-formada empresa estatal Transportes Marítimos do Estado, Lisboa; 1925 CONGO, Companhia Nacional de Navegação, Lisboa; 1950, após ter servido várias linhas, em especial a do norte da Europa e dos territórios Portugueses de Africa, foi vendido para sucata;

1950 BISCO 6, British Iron & Steel Corp., Londres; 08/1950 chegava a Preston, Reino Unido, para demolição.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Miramar Ship Index (LR).

(continua)

Rui Amaro

Sem comentários: