domingo, 29 de novembro de 2009

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 28

CHUVEIRO IMPREVISTO, UMA IDA EM BOM Á BARRA E O INCIDENTE COM O VAPOR NORUEGUÊS “REGAL”


Molhe do Farolim de Felgueiras /Imagem de Rui Amaro /.


A 27.12.1929, pelas 06h30, o piloto José Fernandes Amaro Júnior e o seu colega Joaquim Matias Alves, como em tantas outras ocasiões, dirigiram-se ao molhe do farolim de Felgueiras, no intuito de melhor avaliarem o jeito da corrente de água de cima e a ondulação na barra, porém já de regresso à corporação, o mar encrespou-se e os dois práticos foram surpreendidos por uma bátega de água caída sobre o paredão, ficando com as fardas um pouco encharcadas.

Em face do contratempo, foi cada um a sua casa trocar de roupa, pois tinham de ir para Leça da Palmeira, juntamente com mais dois colegas, a fim de embarcarem nos vapores, que na bacia aguardavam melhores condições de mar e maré para demandarem sem percalços a barra do Douro.

Vapores esses que vieram frente à barra do Douro e acabaram por não entrar devido ao piloto-mor Francisco Rodrigues Brandão e os seus subalternos considerarem que a ondulação recrudescera e como tal deixara de haver condições mínimas para um movimento marítimo sem incidentes, pelo que regressaram à bacia do porto de Leixões. Os quatro vapores eram os seguintes: Sueco NICKE, piloto José Fernandes Amaro Júnior; Norueguês DOURO, piloto Joaquim Matias Alves; Alemão ROLANDSECK, piloto Carlos de Sousa Lopes e o português IBO, piloto João António da Fonseca.

A 31.12.1929 o piloto José Fernandes Amaro Júnior registou, que no ano que então terminava efectuara 27 dias de 24 horas de serviço à corporação ou como se dizia ao “telefone”.

A 05.01.1930, pelas 16h25, demandava a barra do Douro o vapor Norueguês REGAL e quando alcançava o lugar denominado Forcada, meio do cais Velho, deu uma forte guinada a bombordo, pelo que o piloto José Pinto Ribeiro não perdendo tempo mandou lançar o ferro de estibordo e máquina toda força à ré. Após o vapor obedecer à manobra foi ao canal e virou o ferro, seguindo para montante até dar fundo a dois ferros, cabos estabelecidos para terra e ancorote à popa, pelo Noroeste, no lugar do cais do Cavaco.

Fonte: José Fernandes Amaro Júnior

(Continua)

Rui Amaro

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