O PETROLEIRO “PENTEOLA” SOFRE INCIDENTE INSÓLITO NA
BARRA DO DOURO
O PENTEOLA conduzido para Banática, Tejo, pelo rebocador NAUTICUS da CCN, após um incidente, finais da década de 40 /Imprensa diária/
Por
volta do ano de 1948, numa tarde de névoa cerrada, cerca das 15h00, ao sul da
barra do Douro, aí pelo lugar da Madalena, escutava-se uma sirene bastante
conhecida, que era do pequeno petroleiro Português PENTEOLA, que navegava muito fechado com a costa, o que não era normal, que vindo do porto de Lisboa com
gasolina, era esperado na barra Douro.
Em
dado momento, já junto das pedras denominadas do Cão, já na povoação de
Lavadores, muito perto do areal do Cabedelo da barra, nota-se que o navio
começa a rumar para Oeste, pudera! Devem ter escutado o sino do farolim de
Felgueiras, e há que manobrar para fora para não encalhar no areal ou no banco
da barra, e pelo que mais tarde constou, bateu mesmo, por estibordo nas ditas
pedras e sofreu um pequeno rombo, que não alterou a sua estabilidade.
Já
antes, a lancha de pilotos, no meio da bruma, saíra a barra ao encontro do
PENTEOLA para o desviar do perigo de encalhar, e para bordo salta o piloto
Afonso Moreira, que orienta o navio para a barra, onde nesse local já havia
visibilidade suficiente, que não impedisse uma boa navegação, e até porque a
maré estava a chegar à preiamar, águas quase paradas, e o mar bastante calmo.
Eu,
que me encontrava no cais Velho, junto da pedra do Touro, noto que o PENTEOLA
guina bruscamente, sem motivo para isso, a bombordo sobre a pedra denominada da
Gamela, a meia distancia entre o cais Velho e o dique da Meia Laranja, e apesar
da minha tenra idade, tive a percepção que devido à carga que o navio
transportava, poderia dar origem a uma explosão, e afastei-me do local, sem que
antes visse o navio largar o ferro de estibordo, e manobrar de máquina toda
força á ré, tendo o navio acabado por entrar no canal, não deixando no entanto
de embater levemente na dita pedra, e quando o petroleiro segue para montante para
acostar à prancha da Shell, junto da encosta da Arrábida, já fora de perigo,
escuta-se uma grande algazarra na ponte de comando, que deveria ser entre o
piloto, comandante e o timoneiro. Pois parece que houve ali um pouco de sofisma entre aqueles dois elementos da tripulação, para se provar que o rombo fora
ocasionado na barra, só que o rombo estava localizado no bordo oposto. Certamente
o piloto Afonso Moreira participou ao piloto-mor José Fernandes Tato, este por
sua vez ao chefe do Departamento Marítimo e o comandante do PENTEOLA deve ter
apresentado o respectivo “protesto de mar” na capitania do porto do Douro.
Questionando
o meu pai sobre o incidente, ele apenas me disse que o comandante e o
timoneiro, devem ter ficado em “muito maus lençóis” não só perante a autoridade marítima mas sobretudo perante o seu armador, e então com a companhia Shell?!
PENTEOLA – imo 5100312/ 55,6m/ 554tb/ 10 nós;
03/1936 entregue por Van der Giessen & Zonen, Krimpen, a/d Ijssel, ao
grupo Shell, ficando afecto à Shell Company of Portugal, Lisboa, no transporte
de combustíveis ao longo dos portos da costa Portuguesa; 1951 FARO SHELL, Dansk
Shell; 1956 PETER, Dansk Shell; 1957 ELA, G. Schlese; 1964 CARLOTTA, August
Priolo; 1967 AGIA LAVRA, N. Thanapoulos; 1968 RODOS, P.C. Crissochoidos; 1970
chegava a Perama para demolição..
Fontes:
Rui Amaro; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui
Amaro
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1 comentário:
Sr Rui Amaro , teve conhecimento de uma noticia caricata , na epoca, quando o Amethyst encalhou , acerca de um helicoptero que veio ao Porto para ajudar , suponho eu no resgate de algum dos que ainda permaneciam no barco , qual era o apelido do Piloto da aeronave?
Eu sei ... maria_m@sapo.pt
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