domingo, 21 de abril de 2013

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 287


O PETROLEIRO “PENTEOLA” SOFRE INCIDENTE INSÓLITO NA BARRA DO DOURO

O PENTEOLA conduzido para Banática, Tejo, pelo rebocador NAUTICUS da CCN, após um incidente, finais da década de 40 /Imprensa diária/

Por volta do ano de 1948, numa tarde de névoa cerrada, cerca das 15h00, ao sul da barra do Douro, aí pelo lugar da Madalena, escutava-se uma sirene bastante conhecida, que era do pequeno petroleiro Português PENTEOLA, que navegava muito fechado com a costa, o que não era normal, que vindo do porto de Lisboa com gasolina, era esperado na barra Douro.
Em dado momento, já junto das pedras denominadas do Cão, já na povoação de Lavadores, muito perto do areal do Cabedelo da barra, nota-se que o navio começa a rumar para Oeste, pudera! Devem ter escutado o sino do farolim de Felgueiras, e há que manobrar para fora para não encalhar no areal ou no banco da barra, e pelo que mais tarde constou, bateu mesmo, por estibordo nas ditas pedras e sofreu um pequeno rombo, que não alterou a sua estabilidade.
Já antes, a lancha de pilotos, no meio da bruma, saíra a barra ao encontro do PENTEOLA para o desviar do perigo de encalhar, e para bordo salta o piloto Afonso Moreira, que orienta o navio para a barra, onde nesse local já havia visibilidade suficiente, que não impedisse uma boa navegação, e até porque a maré estava a chegar à preiamar, águas quase paradas, e o mar bastante calmo.
Eu, que me encontrava no cais Velho, junto da pedra do Touro, noto que o PENTEOLA guina bruscamente, sem motivo para isso, a bombordo sobre a pedra denominada da Gamela, a meia distancia entre o cais Velho e o dique da Meia Laranja, e apesar da minha tenra idade, tive a percepção que devido à carga que o navio transportava, poderia dar origem a uma explosão, e afastei-me do local, sem que antes visse o navio largar o ferro de estibordo, e manobrar de máquina toda força á ré, tendo o navio acabado por entrar no canal, não deixando no entanto de embater levemente na dita pedra, e quando o petroleiro segue para montante para acostar à prancha da Shell, junto da encosta da Arrábida, já fora de perigo, escuta-se uma grande algazarra na ponte de comando, que deveria ser entre o piloto, comandante e o timoneiro. Pois parece que houve ali um pouco de sofisma entre aqueles dois elementos da tripulação, para se provar que o rombo fora ocasionado na barra, só que o rombo estava localizado no bordo oposto. Certamente o piloto Afonso Moreira participou ao piloto-mor José Fernandes Tato, este por sua vez ao chefe do Departamento Marítimo  e o comandante do PENTEOLA deve ter apresentado o respectivo “protesto de mar” na capitania do porto do Douro.
Questionando o meu pai sobre o incidente, ele apenas me disse que o comandante e o timoneiro, devem ter ficado em “muito maus lençóis” não só perante a autoridade marítima  mas sobretudo perante o seu armador, e então com a companhia Shell?!
PENTEOLA  – imo 5100312/ 55,6m/ 554tb/ 10 nós; 03/1936 entregue por Van der Giessen & Zonen, Krimpen, a/d Ijssel, ao grupo Shell, ficando afecto à Shell Company of Portugal, Lisboa, no transporte de combustíveis ao longo dos portos da costa Portuguesa; 1951 FARO SHELL, Dansk Shell; 1956 PETER, Dansk Shell; 1957 ELA, G. Schlese; 1964 CARLOTTA, August Priolo; 1967 AGIA LAVRA, N. Thanapoulos; 1968 RODOS, P.C. Crissochoidos; 1970 chegava a Perama para demolição..
Fontes: Rui Amaro; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s) em NAVIOS Á VISTA, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on NAVIOS Á VISTA, which will be very much appreciated.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sr Rui Amaro , teve conhecimento de uma noticia caricata , na epoca, quando o Amethyst encalhou , acerca de um helicoptero que veio ao Porto para ajudar , suponho eu no resgate de algum dos que ainda permaneciam no barco , qual era o apelido do Piloto da aeronave?
Eu sei ... maria_m@sapo.pt