quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 253


O LUGRE-MOTOR “MARIA ONDINA” SOFRE INCIDENTE À SAÍDA DA BARRA DO DOURO


O lugre NAVEGADOR, a partir de 1943 lugre-motor MARIA ONDINA, mostra-se na foto de 1930 ?? saindo a barra do Douro a reboque para mais uma campanha aos Grandes Bancos da Terra Nova, e acostada ao lugre distingue-se a catraia de pilotar, mais identificada como catraia da pensão, e a pairar a catraia da assistência ou do piloto-mor / foto do armador /. 


A 20/05/1945, dia da romaria ao Senhor de Matosinhos, pelas 15h00, vento fresco do quadrante sul, de saída cruzava a barra o lugre-motor Português MARIA ONDINA, calando 16 pés, conduzido pelo piloto José Fernandes Amaro Júnior, e quando alcançou a bóia da barra começou a debater-se com vaga alterosa a desfazer-se na proa. Dado que o lugre era de pouca marcha, começou a descair para bombordo, ou seja para cima do perigoso banco da barra, e em dado momento, no baixar da vaga, sentiu-se uma forte pancada em fundo de areia. O piloto fez as suas marcações pelas referências em terra e apesar do navio ter corrido ao sul achou estranho o que estava a suceder, uma vez que naquele local haveria água suficiente para o navio passar sem qualquer incidente. A única explicação para o caso, teria sido qualquer banco de areia, que então se tivesse formado devido à agitação marítima e de que o rio e a barra do Douro eram férteis.
O MARIA ONDINA, embora com dificuldade, lá conseguiu ultrapassar a zona da rebentação e já ao largo verificou-se não haver entrada de água, tendo o capitão do navio entregue uma declaração desse facto, pelo que após o piloto saltar para a lancha P1, de Leixões, aquele lugre aproou a sul rumando ao rio Tejo, a fim de ir descarregar uma remessa de carvão em pó nas instalações dos Cimentos Tejo, de Alhandra. Chegado à estação da Cantareira, o piloto José Fernandes Amaro Júnior deu conhecimento do incidente ao piloto-mor Paulino de Sousa Soares, a fim de este tomar as medidas necessárias, ou seja dar conhecimento à capitania e à APDL. A 16/04/1946 o MARIA ONDINA perdia-se por encalhe na restinga do cabedelo da barra do Douro, ali junto onde se dera o incidente acima relatado.
MARIA ONDINA – 47m/ 305tb; 1923 entregue por J. Linhares, Fão, como SEGUNDO ESPERANÇA, à Empresa Maritima do Douro, Porto, que o empregou na pesca do bacalhau; 1930 NAVEGADOR, Parceria Marítima do Douro, gestor J. J. Gouveia, Porto; 1935 foi-lhe instalado motor auxiliar; 1943 MARIA ONDINA, Augusto Fernandes Bagão e Outros, Aveiro, que o colocou no tráfego comercial; 16/04/1946, como acima se relatou naufragou na barra do Douro, salvando-se toda a tripulação e um cão de bordo, pela lancha P4, que esteve prestes a soçobrar, e pelo salva-vidas da Afurada. .
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior.
(continua)

Rui Amaro

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1 comentário:

Unknown disse...

O relato do naufragio do lugre motor MARIA ONDINA eu como do então piloto Jaime Martins gostava se possivel de um relato mais completo pois eu na altura do naufrágio era muito jovem. Com os sinceros agradecimentos o muito obrigada