terça-feira, 22 de março de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 166

O VAPOR "SAN MIGUEL" SOFRE UM INCIDENTE À ENTRADA DA BARRA
  

O SAN MIGUEL em manobras de acostagem no porto de Leixões em 1954 / foto de Rui Amaro /.


A 02/01/1935, pelas 10h00, entrava a barra do Douro o vapor Português SAN MIGUEL, piloto Francisco Piedade, o qual quando passava diante da pedra do Touro desgovernou a bombordo, tendo de imediato largado o ferro de estibordo e logo de seguida deixou correr também o de bombordo, a fim de aguentar a estocada e meteu máquina de marcha à ré. Essa manobra não foi suficiente para que aquele vapor não deixasse de ir sobre o enrocamento, ficando preso de proa por alguns momentos. Continuou com a máquina a trabalhar de marcha à ré e passado algum tempo safou-se das pedras sem ficar arrombado. Suspendeu os dois ferros e seguiu para o seu ancoradouro, no lugar das escadas da Alfândega, onde ficou fundeado a dois ferros com cabos estabelecidos para terra e o usual ancorote dos pilotos pela popa ao lançantpara sudoeste.
SAN MIGUEL – 92,65m/ 2.177tb/ 12nós/ 12 passageiros; 07/03/1931 entregue por Swan, Hunter & Wigham Richardson, Sunderland, à Companhia de Navegação Carregadores Açoreanos, Ponta Delgada; 06/1968 chegava a ao Ferrol para desmantelamento em sucata.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro

3 comentários:

Cartuxo disse...

Como Piloto no activo de ambos os Portos, agradeço-lhe o contributo para preservar a memória e a identidade dos Pilotos do Douro e Leixões, e por me dar a conhecer pedaços de história que me são particularmente queridos.
Bem-haja!

Mário Vieira

Rui Amaro disse...

Caro Mário Vieira
Fico bastante contente com a mensagem recebida, que agradeço. e posso-lhe dizer que muitos mais e interessantes episódios serão postados nos meus dois blogues, pois material não me falta.
Saudações maritimo-entusiásticas
Rui Amaro

Anónimo disse...

Engraçado que o romance MAU TEMPO NO CANAL, de Vitorino Nemésio, está repleto de referências a este navio. Fábio Mendes