terça-feira, 22 de março de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 165

MOVIMENTO MARÍTIMO NO RIO DOURO COM INCIDENTES

A 17/12/1974 a maresia na barra do Douro amainou e a força da água de cheia abrandou, assim o piloto-mor Francisco Rodrigues Brandão, após ter conhecimento do resultado das sondagens no canal de navegabilidade, abriu a barra à navegação e como tal houve movimento de entradas e saidas de navios.
O primeiro a transpor a barra foi o vapor Norueguês FAGERSTRAND, 75,5m/1.171tb, procedente de Reikjavik com um carregamento de bacalhau seco. Aquele vapor ao passar diante do lugar da Forcada, meio do cais Velho, guinou a bombordo em direcção às pedras, pelo que o piloto João Pinto de Carvalho, sem perda de tempo, mandou lançar o ferro de estibordo para aguentar a estocada e máquina toda força à ré para não encalhar mas não consegue evitar, que a proa roce ligeiramente nas pedras, ainda que sem sofrer qualquer rombo. Logo que o vapor endireitou ao canal, o ferro encontrava-se pegado no fundo do rio e há que desmanilhar a amarra e largá-la por mão, seguindo aquele vapor rio acima. No entanto, ao passar no lugar das Dezoito Braças (onde hoje se situa a ponte da Arrábida), mais uma vez, desgovernou para bombordo em direcção às pedras e endireitando de imediato para o meio do rio, sem necessidade de lançar ferro, seguiu sem mais novidade, até ao cais do Cavaco, onde ficou amarrado com o único ferro utilizável, o de bombordo à proa e um ancorote dos pilotos pela popa, com cabos passados para os proizes em terra.
A 20/12/1934, entraram a barra do Douro vários vapores que ao largo aguardavam há dias melhor maré, dentre os quais os vapores Ingleses AELSE, piloto Hermínio Gonçalves dos Reis e o OTTINGE, piloto Francisco Piedade. O AELSE quando passava junto da Forcada, guinou às pedras e o piloto mandou largar o ferro de estibordo e máquina toda força à ré, a fim de evitar o embate ou mesmo o encalhe no enrocamento do cais Velho, logo que endireitou, suspendeu a amarra e seguiu rio acima até fundear no lugar dos Vanzelleres. Quanto ao OTTINGE guinou à pedra da Gamela, lançou os dois ferros, leme a estibordo e máquina à ré, não evitando que encostasse à dita pedra. De seguida foi ao meio do rio e conseguindo recolher os ferros seguiu para montante até dar fundo no lugar do Ramos Pinto, sem mais percalços.


  OTTINGE / desenho Rui Amaro /.


FAGERSTRAND – 75,5m/ 1.171tb/ 8,5nós; 03/1903 entregue por Hasseldalens Jernskibsbyggens, Grimstad, a Anders Jacobsen, Oslo; 1907 HIRD, Anders Jacobsen & Gorrinssen, Oslo; 1910 HIRD, Anders Jacobsen, Oslo; 1918 HIRD, D/S Hird's Rederi, Kristiansund; 1921 FAGERSTRAND, A/S Vjctor Ebbesen, Skien; 1935 FAGERSTRAND, Ebeesen Rederi A/S, Oslo; 1937 MOTTO, Skibs A/S Motto, Oslo; 1939 MOTTO, OY Viasveden Hobry ABm Bjorneborg, Finland; 01/1955 arrived Helsinki for breaking up.
AELSE – detalhes e história não encontrados.
OTTINGE - 84m/ 1.744tb/ 10 nós; 03/1918 entregue por Wood Skinner & Co., Bill Quay, como  LORD RHONDDA a Rellands Shipping Co. Ltd. (gestores H.O. King), Londres; 1928 OTTINGE, Constants France (South Wales) Ltd, Cardiff; 1937 TINGE, Soedeco; 1938 RONWYN, Stockwood Rees & Co., Swansea; 1943 capturado pelos Alemães e rebaptizado de HOCHHEIMER, governo Alemão; 21/05/1944 torpedeado e afundado pelo submarino HMS SCEPTRE (P-215), Lt. I.S. McIntosh, DSC/MBE/RN. No mesmo ataque os torpedos falharam atingir os patrulhas da “Kriegsmarine” V-402 e V-405, que comboiavam o HOCHHEIMER, ao largo de Bilbau, posição 43-24N/03-30W.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior; WW2 HMS subnarines; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro

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