quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 149

NAVIOS DE PESCA BELGAS NO DOURO E LEIXÕES COM AVARIAS DE MÁQUINA, TENDO UM DELES SIDO DETIDO PELA AUTORIDADE MARITIMA POR INFRINGIR AS REGRAS MARÍTIMO-PORTUÁRIAS


Navio-motor de pesca por arrasto Belga


A 28/04/1934, pelas 14h00, entraram no porto de Leixões os navios-motores de pesca Belgas HUBERTINE MADELEINE, VAN DER GIESSEN e MEMLINC, vindo este último a reboque do segundo, pelo motivo da rede se encontrar enrodilhada no seu hélice.

Quanto ao primeiro havia entrado na barra do Douro pelas 21h30 de 27, com avaria na máquina, sem a presença de piloto da barra a bordo, e subindo o rio acabou por fundear diante do lugar do Ouro, onde executou as necessárias reparações. A 28, pelas 09h00, deixou a barra do Douro, também sem orientação de piloto da barra, além de não ter sido desembaraçado pela autoridade marítima e aduaneira, pelo que infringiu os regulamentos portuários.

Dado o alarme, da sua fuga e das irregularidades delituosas, à capitania do porto do Douro pelo piloto de serviço à corporação, o Chefe do Departamento Marítimo do Norte fez sair do porto de Leixões, em sua perseguição, a lancha dos pilotos P1 levando a bordo o comandante e algumas praças da policia marítima e o NRP MANDOVY, canhoneira da fiscalização das pescas, que o conseguiram interceptar e deter, vindo depois para o porto de Leixões. Ficando sob vigilância daquela policia até o seu capitão ser presente ao tribunal marítimo.

O HUBERTINE MADELEINE abandonou o porto de Leixões às 17h45 de 03/05 com destino a Ostende, seu porto de armamento, após o seu capitão ter sido julgado, tendo-lhe sido aplicada a coima de três libras esterlinas e respectivos adicionais, que foram pagos de imediato, tendo então sido autorizada a sua saída do porto de Leixões.

Os arrastões de nacionalidade Belga dedicavam-se na costa Portuguesa, especialmente à pesca da raia, tendo alguns sido detidos pelas canhoneiras de fiscalização das pescas por terem sido surpreendidos a fainar em águas territoriais Portuguesas, pelo que os seus capitães eram presentes a tribunal marítimo na respectiva capitania, caso do ANCRE ESPERANCE e do IRENE RAFAEL.

Fonte: José Fernandes Amaro Júnior

(continua)

Rui Amaro

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