quarta-feira, 29 de agosto de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 250

O NAVIO-MOTOR BACALHOEIRO “BISSAYA BARRETO” (1) DEMANDA A BARRA DO DOURO NA SUA PRIMEIRA CAMPANHA

BISSAYA BARRETO / autor desconhecido - MMI /.

A 26/09/1943, cerca das 15h00, na preia-mar, por vir bastante metido, demandava a barra do Douro no final da sua primeira campanha aos Grandes Bancos da Terra Nova e Gronelândia, o navio-motor de pesca à linha BISSAYA BARRETO, da praça da Figueira da Foz, uma inovação nas artes de pesca à linha, o qual veio para o porto da cidade Invicta, não pelo motivo de não ter água suficiente para se fazer à barra do Mondego, mas para vir hibernar e fazer fabricos no rio Douro, até à campanha seguinte por volta do mês de Maio. O piloto António Gonçalves dos Reis foi amarrar o BISSAYA BARRETO junto da lingueta do Lugan, margem de Gaia, a fim de descarregar bacalhau salgado, produto das suas capturas, a fim de o fazer seguir por terra para a Figueira da Foz ou baldear para batelões para o transportar para as secas da Murraceira. Um dos batelões que fazia esse frete era o MURRACEIRA.

BISSAYA BARRETO e COMANDANTE TENREIRO na carreira da Murraceira / Brochura dos Estaleiros Navais do Mondego /.

Como sempre ocorre em ocasiões da chegada de navios bacalhoeiros, a Foz encheu-se de familiares e amigos dos elementos da tripulação e dos pescadores do BISSAYA BARRETO, que à entrada acorreram à barra, a fim de os saudar e lhes dar as boas vindas.

O PARAÍSO na carreira da Gafanha da Nazaré / JN /. 

BISSAYA BARRETO (1) – imo 5615239/ um dos dois primeiros navios-motor em madeira do tipo CRCB-Renovação/ 51,50m/ 712,15tb/ cerca 10.500 quintais/ 2x Sulzer 500/550hp/ 10nós; 1943 entregue por Benjamim Bolais Mónica, carreira da Murraceira, Figueira da Foz, cuja continuidade foi empreendida em 09/1944 pelos Estaleiros Navais do Mondego Sarl. Na mesma data foi lançado à àgua o gémeo COMANDANTE TENREIRO (1), este naufragado nos Grandes Bancos a 20/06/1946, devido a colisão com um “icebergue”, os dois construidos para a Lusitânia – Companhia Portuguesa de Pesca, Lda, Figueira da Foz. Ambos os navios, embora registados naquele porto da foz do Mondego, descarregavam e hibernavam no rio Douro. A 21/10/1950 no seu ancoradouro de Sto. António do Vale da Piedade, quando se procedia a beneficiações, por qualquer descuido, foi pasto das chamas, que quase o destruíram por completo, particularmente nas estruturas da ré, e só não se afundou, porque foi rebocado para baixios, diante da povoação da Afurada. Na ocasião era comandado pelo capitão Carlos Fernandes Parracho.
Segundo consta, o BISSAYA BARRETO, semi-destruido, esteve para ser reconstruido num dos estaleiros da Figueira da Foz, mas a proposta apresentada por um ex-autarca de Ilhavo e capitão da marinha mercante, fora irrecusável, e consumada a venda a 27/11/1951, sob o nome de SÃO MAGAYO, a reboque, deixa o rio Douro e entra em Leixões, indo no mesmo dia para a Gafanha da Nazaré, onde fora adquirido por um armador interessado no seu aproveitamento. A 04/1955, após cuidada reconstrução foi lançado á àgua pelos estaleiros dos irmãos Mónicas, com o nome de PARAISO para a Empresa de Pesca de Portugal, Lda, e alguns dias depois seguiu para Lisboa, a fim de marcar presença na usual cerimónia religiosa da Benção dos Bacalhoeiros, rumando de seguida para os pesqueiros da Terra Nova e Gronelância; 1956 RIO ANTUÃ, e mais tarde foi convertido em navio de pesca com redes de emalhar; 02/09/1973 náufraga devido a incêndio nos Grandes Bancos da Terra Nova, tendo a companha que se abrigou nos botes, sido resgatada pelos navios-motores CONCEIÇÃO VILARINHO e SENHORA DA BOA VIAGEM, passado cerca de seis horas, devido à distancia que separava aqueles navios da área do sinistro. 
Fontes: José Fernandes Amaro Junior, Lloyd’s Register of Shipping, Reimar. Blog Marinheiro Jimmy, Museu Maritimo de Ilhavo (navios).
(continua)
Rui Amaro

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