terça-feira, 16 de agosto de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 189

MAIS UMA VEZ A BARRA DO DOURO E O PORTO DE LEIXÕES ENCERRADOS Á NAVEGAÇÃO DEVIDO AO TEMPORAL
 
À esquerda vê-se o IRENE DORATY, e à direita em cima está o PÊRO DE ALENQUER, e finalmente em baixo aparece o WALTER LEONHARDT já posicionado no meio do rio.

A 17/02/1936, voltou o temporal. A barra do Douro e o porto de Leixões estiveram encerrados à navegação, devido à forte agitação maritima e corrente de águas do monte. O rio apresentava-se com bastante água com tendência a aumentar o seu nível, sendo tomadas as necessárias precauções para precaver a eventualidade de uma nova cheia.
Os pilotos da barra, coadjuvados pelo seu pessoal assalariado, andavam pelas margens a reforçar as amarrações dos muitos navios surtos no rio Douro. No porto de Leixões, motivado pelo temporal, garraram alguns vapores fundeados na bacia, dos quais se destacavam o Alemão ATTIKA, Português IBO e o Norueguês FAGERSTRAND, que tiveram de procurar ancoradouros mais abrigados. O salva-vidas CARVALHO ARAÚJO passou todo o dia a recolher as tripulações das várias embarcações em perigo, sobretudo laitas e traineiras, que a cada momento pediam socorro. Todos os vapores fundeados na bacia mantinham-se de fogo aceso e com pilotos da barra a bordo para acorrer a qualquer emergência.
A 19/02/1936, devido ao crescimento das águas de cheia no rio Douro, que iam com uma forte corrente descontrolada, os cabos que sustinham o WALTER LEONHARDT, fortemente amarrado no lugar do cais das Pedras, rebentaram e aquele vapor foi parar ao meio do rio, onde se deteve. Ao cabo de algum tempo começou a descair para o lado sul e a sua tripulação orientada pelo piloto Manuel de Oliveira Alegre, fê-lo encostar um pouco mais próximo da margem esquerda e amarrá-lo no lugar da Arrozeira, onde permaneceu a salvo.
No lugar do cais do Monchique encontrava-se o vapor Português PERO DE ALENQUER, que com o crescer das águas descaiu sobre a margem, nada lhe valendo as amarras reforçadas, causando danos num pião de barcas, e o palhabote a motor Português IRENE DORATY amarrado junto da lingueta do cais das Pedras/Paixão, Massarelos, garrou ficando encostado à margem.
No mesmo dia a situação começou a degradar-se, devido à impetuosidade da corrente, pelo que o serviço das autoridades responsáveis redobraram, procurando-se fazer face a qualquer perigo eventual e como tal algumas tripulações abandonaram as suas embarcações, entre as quais a do WALTER LEONHARDT, que vieram para terra pelo cabo de vaivém, incluindo o piloto da barra. Os navios surtos no rio Douro encontravam-se intensamente iluminados, incidindo ainda sobre os mesmos a luz forte de alguns projectores colocados à distância pelas várias corporações de bombeiros. Os pilotos da barra e o seu pessoal continuavam a tarefa de vigiar e reforçar os navios durante a madrugada, esta ou aquela amarração, que parecia ceder à forte corrente.
O vapor Estoniano MARTA amarrado no lugar do Gás, ao Ouro, devido a ter-se partido alguns cabos de proa garrou, indo embater contra a traineira BOA ESPERANÇA, que sofreu algumas avarias e ficou com a popa sobre alguns lugres, ali ancorados.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
Imagens: Jornal "O Comercio do Porto".
(cotinua)
Rui Amaro

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