O n/m tanque Dinamarquês FARO SHELL ex PENTEOLA / cortesia do Museu Marítimo de Elsinore /.
A 24/10/1940, pelas 08h00, a lancha P5,de boca aberta, em serviço de pilotagem, conduzida pelo cabo-piloto Manuel de Oliveira Alegre, estando a bordo o piloto Aires Pereira Franco, mestre Eusébio Fernandes Amaro e o motorista Eduardo Fernandes Melo, quando se aproximava da entrada da barra, após ter pilotado o petroleiro Português PENTEOLA, teve falha do motor, e ficou à deriva a descair para cima do cabeço da barra, local de ondulação perigosa.
De bordo do
PENTEOLA, que ao largo aguardava maré para demandar a barra do Douro, o piloto
José Fernandes Amaro Júnior e o praticante Henrique Correia Hugo repararam na situação
critica, em que se encontrava a lancha e fizeram tocar a sirene do navio de
modo contínuo, no sentido de alertar para o que se estava a desenrolar. Da
Cantareira, os pilotos apercebendo-se da situação, fizeram sair a lancha P2 tripulada
pelo sota-piloto-mor José Fernandes Tato, piloto Eurico Pereira Franco, arrais
Armando Pereira Franco e o motorista Joaquim António da Fonseca, a qual apesar
da forte ondulação, conseguira aproximar-se da lancha em dificuldades para a rebocar.
Entretanto, o motorista Eduardo Fernandes Melo consegue pôr o motor a funcionar,
vindo então a lancha acidentada para a Cantareira, comboiada pela P2.
O alarme dado
pela sirene do PENTEOLA, que de seguida entrou a barra e foi atracar à prancha
da Shell, junto da encosta da Arrábida, originou, como usualmente nestas situações,
grande correria das gentes da Foz dirigindo-se para os lados da barra, indagando
sobre o que se estava a passar.
Estou-me a recordar
que aí pelos meus 10 anos de idade, como muitas vezes o fazia, o meu pai
levou-me com ele, nessa mesma lancha, que ia abordar o vapor Inglês SARDIS que
acabara de estar à barra, a fim de embarcar o piloto Cristiano Melo Machado. Após
o embarque daquele piloto, o motor da lancha foi-se abaixo, pelo que de bordo
do SARDIS lançaram um cabo, e a lancha seguiu a reboque para a barra, só que o
cabo rebentou, e a lancha ficou à deriva, ali junto do pior lugar, descaindo
para o dito cabeço da barra, e cá o Ruizinho, como um, então já conhecedor dos
perigos e manhas da barra, é que já não estava a gostar da situação. O motorista
Manuel da Silva Pereira (Carola), vendo o perigo a aproximar-se, esforçava-se
por substituir e olear peças, e finalmente, deixou-nos todos a bordo mais aliviados,
conseguindo fazer o motor funcionar e lá seguimos para a barra, também
comboiados pela lancha P2, que entretanto saiu do cais dos Pilotos em socorro
da lancha P5. Curiosamente a lancha P5 (1) naufragou na barra em princípios da década
de 50, por se ter rebentado a amarração no ancoradouro da Cantareira, e ter
sido levada pela corrente da vazante.
PENTEOLA –
imo 5100312/ 55,6m/ 554tb/ 10 nós; 03/1936 entregue por Van der Giessen &
Zonen, Krimpen, a/d Ijssel, ao grupo Shell, ficando afecto à Shell Company of
Portugal, Lisboa, no transporte de combustíveis ao longo dos portos da costa
Portuguesa; 1951 FARO SHELL, Dansk Shell; 1956 PETER, Dansk Shell; 1957 ELA, G.
Schlese; 1964 CARLOTTA, August Priolo; 1967 AGIA LAVRA, N. Thanapoulos; 1968
RODOS, P.C. Crissochoidos; 1970 chegava a Perama para demolição..
Fontes: José
Fernandes Amaro Júnior; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro
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