terça-feira, 18 de dezembro de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 266




O REBOCADOR “URANO” E O BATELÃO “PAREDE” EM APUROS NA BARRA DO DOURO


O rebocador URANO no rio Douro, década de 40 / F. Cabral, Porto /.


O batelão PAREDE no rio Douro em 17/08/1968 / Rui Amaro /.

A 04/04/1948, pelas 13h00, várias embarcações aguardavam piloto ao largo da costa, a fim de demandarem a barra do Douro, das quais se destacava o batelão PAREDE, de 35m/261tb, procedente do Outão, transportando cimento em sacos e conduzida pelo rebocador URANO.
Os rebocadores, fragatas, laitas ou batelões não eram obrigados a meter piloto, no entanto era usual o PAREDE o requisitar, talvez por formalidades do seguro da embarcação. O piloto José Fernandes Amaro Júnior, vindo na lancha P1 do porto de Leixões, e que deveria embarcar no batelão, acabou por saltar para o rebocador, devido à situação de bastante mar na barra, uma vez que poderia dirigir melhor as manobras das duas embarcações.
Aquelas embarcações fazem-se à barra com alguma ondulação mas quando o rebocador está junto da bóia da barra, surgem alguns andaços de mar que envolvem e galgam o batelão de borda a borda, ficando completamente atravessado e mesmo de proa a sudoeste, pelo que aquele piloto ordena ao mestre do rebocador para abrandar e por vezes a parar a máquina, não fosse o extenso cabo de reboque partir e quando a maresia tende a abrandar, começa a puxar para sueste, afim de colocar o batelão na posição normal ao canal, tentando evitar as pedras da Ponta do Dente e a bóia.
O batelão, devido à extensão da amarreta, ainda está a uma certa distância da bóia da barra e ao longe já se vislumbra mais maresia, pelo que o rebocador começa a puxar com mais força para trazer o PAREDE para dentro da barra mas dada a rapidez da maresia, que o volta a envolver, aquele rebocador fica incapacitado de realizar a dita manobra. Assim, os quatro tripulantes do batelão voltaram a passar por mais uma enorme aflição, assim como o autor, que do cais Velho assistia às manobras e convencido, que o piloto José Fernandes Amaro Júnior, seu pai, se encontrava a bordo do batelão em dificuldades. A sua angústia era tanta, que os seus olhos pareciam dirigir as manobras do batelão PAREDE, tentando retirá-lo daquela difícil situação e só ficou mais descansado, quando viu o seu pai na ponte de comando do rebocador URANO, logo que este se aproximou do cais. O batelão PAREDE, que era de muito mau governo, o seu normal era navegar em ziguezague, acabou por entrar a barra e foi amarrar na lingueta do Bicalho, cerca das 14h00, prolongado com outras embarcações e o rebocador URANO foi amarrar na lingueta dos Banhos, perto do escritório do seu armador, a firma A. J. Gonçalves de Moraes, Lda.
URANO – 27,18m/ 109,63tb/ 9 nós; 1943 construido por Eduardo Soares Gomes, Vila Nova de Gaia, para A. J. Gonçalves de Moraes, Porto. Dados seguintes não encontrados.
PAREDE - 35,38m/ 261tb/ 4 tripulantes; 1922 contruido na Alemanha; 05/12/1929 João António Balançuela, Herdeiros, Lisboa. Dados seguintes não encontrados.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior.
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 265


NOMEAÇÕES

A 26/03/1947, o piloto Mário Francisco da Madalena foi nomeado cabo-piloto. A 19/04/1947, o escriturário provisório Secundino Reina foi investido como secretário efectivo da corporação em substituição de Francisco Bento Rocha. A 25/04/1947 coube a vez ao piloto Aires Pereira Franco ter sido empossado no cargo de cabo-piloto.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

domingo, 16 de dezembro de 2012

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 264


O YACHT A VAPOR “VALENA” ARRIBOU AO PORTO DE LEIXÕES

A 31/01/1947, pelas 14h00, arribou ao porto de Leixões, devido ao mau tempo e para bancas, o yacht Panamiano VALENA, piloto José Fernandes Amaro Júnior, tendo atracado à doca nº 1 lado norte, o qual realizava a viagem de entrega ao novo armador registado na cidade do Panamá. O seu agente consignatário foi a firma Kendall, Pinto Basto & Cia Lda.
VALENA – imo 1128187/ 67m/ 913tb/ 2 hélices/ 14 nós; 05/1908 entregue por Fleming & Fergusson, Ayr, Escócia, como DOLAURA ao Honourable James Dunsmuir, Victória, Canadá; 1920 VICTORIA, James Playfair, Midland, Canadá; 1921 A. Meeker, Nova Iorque; 1922 PATRICIA, James Sheewan, Nova Iorque; 1926 LAURENTIAN, R. A. Alger, Nova Iorque; 1928 ALCEDO, George W. C. Drexel, Filadélfia; 1938 VALENA, J. C. Sword, Ayr, Escócia; 1939/47 HMY VALENA, Almirantado Britãnico; 1947 VALENA, Pontos Cia de Navegacion SA., Panamá; 08/1951 chegava a La Spezia para desmantelamento em sucata.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior, Miramar Ship Index
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 263


O VAPOR “GONÇALO VELHO” SURPREENDIDO POR UM FORTE CICLONE SOBRE O PORTO DE LEIXÕES


O vapor GONÇALO VELHO amarrado no lugar das escadas da Alfandega em 1946 / O Século Ilustrado /.


A 30/01/1947, madrugada ameaçadora de mau tempo com ventos de noroeste e pampeiros, e vários navios ancorados na bacia do porto de Leixões. Pelas 08h00 a força do vento e chuva aumenta de intensidade reduzindo a visibilidade e pelas 10h00 está-se a formar um forte ciclone, começando por se ouvir as sirenes dos navios a pedir assistência de rebocadores, visto estarem a ir de garra e os atracados na doca nº 1 com os cabos a rebentar. Os pilotos da barra, que prevendo o pior já se encontravam a bordo de prevenção, entre os quais José Fernandes Amaro Júnior e o praticante Vasco Armando Morais, no vapor português GONÇALO VELHO, que estava fundeado no quadro das Quarentenas, ao norte. Este vapor com a força da ondulação dentro do porto e do vento de noroeste vai de garra. Vira ferros, larga ferros. Manobra-se o melhor que se pode e sabe, contudo não se consegue fixar fundeadouro, Mais uma vez, o vapor vai de garra, levando pegadas algumas bateiras de apoio às treineiras, do pião do norte e só se detém, junto da praia do Senhor do Padrão, no meio do pião de bateiras ao Sul, cujas amarras, possivelmente fora a salvação do navio não encalhar, apesar da assistência tardia do rebocador, que andava num vaivém constante.
O navio para se safar daquela situação e procurar novo ancoradouro, teve de trazer várias bateiras pegadas por ambos os bordos às correntes dos ferros, umas viradas e outras partidas, deixando outras pela popa, tendo sido um caso sério para as safar. Outros navios também se viram em dificuldades. Inesquecível experiência para o piloto praticante Vasco Armando Morais, cujo boné foi levado pela forte ventania, porque não utilizara o franquelete.
GONÇALO VELHO – imo 1135357/ 86m/ 1.579tb/ 10kn; construído e entregue em 03/1913 pelo estaleiro Murdock & Murray Ltd., Port Glasgow, para o armador Watson Steamship Co., Ltd., Manchester, passando mais tarde pelos armadores Bromport Steamship Co., Ltd., Liverpool, e MacAndrews & Co., Ltd, Londres. Em 27/03/1928 foi adquirido, juntamente com o seu gémeo ANGRA, pelos Carregadores Açoreanos, Ponta Delgada, que o colocou na carreira dos Açores/Madeira/Continente para o norte da Europa. Burante o período da Guerra, entre 1939/45 devido à perigosidade da águas do norte da Europa, passou a realizar viagens aos EUA e Canadá. Em 1948 foi vendido à Sociedad de Navegacion Tenax SA, Panamá, conservando o mesmo nome e em 1949 foi adquirido pela Sté. Anonyne de Navegacion San Georgio, Basileia, passando a arvorar pavilhão Suíço com o nome de GENEROSO. Em 1953 foi vendido ao armador Italiano Gabbiano SRL., Veneza, mantendo o mesmo nome, e a 25/07/1961 chegava a Viareggio onde foi desmantelado para sucata.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.