O
LUGRE-MOTOR “MARIA ONDINA” SOFRE INCIDENTE À SAÍDA DA BARRA DO DOURO
O lugre NAVEGADOR, a partir de 1943 lugre-motor MARIA ONDINA, mostra-se na foto de 1930 ?? saindo a barra do Douro a reboque para mais uma campanha aos Grandes Bancos da Terra Nova, e acostada ao lugre distingue-se a catraia de pilotar, mais identificada como catraia da pensão, e a pairar a catraia da assistência ou do piloto-mor / foto do armador /.
A 20/05/1945, dia da romaria ao Senhor de
Matosinhos, pelas 15h00, vento fresco do quadrante sul, de saída cruzava a
barra o lugre-motor Português MARIA ONDINA, calando 16
pés , conduzido pelo piloto José Fernandes Amaro Júnior, e
quando alcançou a bóia da barra começou a debater-se com vaga alterosa a
desfazer-se na proa. Dado que o lugre era de pouca marcha, começou a descair
para bombordo, ou seja para cima do perigoso banco da barra, e em dado momento,
no baixar da vaga, sentiu-se uma forte pancada em fundo de areia. O piloto fez
as suas marcações pelas referências em terra e apesar do navio ter corrido ao
sul achou estranho o que estava a suceder, uma vez que naquele local haveria
água suficiente para o navio passar sem qualquer incidente. A única explicação
para o caso, teria sido qualquer banco de areia, que então se tivesse formado
devido à agitação marítima e de que o rio e a barra do Douro eram férteis.
O MARIA ONDINA, embora com dificuldade, lá
conseguiu ultrapassar a zona da rebentação e já ao largo verificou-se não haver
entrada de água, tendo o capitão do navio entregue uma declaração desse facto,
pelo que após o piloto saltar para a lancha P1, de Leixões, aquele lugre aproou
a sul rumando ao rio Tejo, a fim de ir descarregar uma remessa de carvão em pó
nas instalações dos Cimentos Tejo, de Alhandra. Chegado à estação da
Cantareira, o piloto José Fernandes Amaro Júnior deu conhecimento do incidente
ao piloto-mor Paulino de Sousa Soares, a fim de este tomar as medidas
necessárias, ou seja dar conhecimento à capitania e à APDL. A 16/04/1946 o
MARIA ONDINA perdia-se por encalhe na restinga do cabedelo da barra do Douro,
ali junto onde se dera o incidente acima relatado.
MARIA ONDINA – 47m/ 305tb; 1923 entregue por J. Linhares, Fão, como
SEGUNDO ESPERANÇA, à Empresa Maritima do Douro, Porto, que o empregou na pesca
do bacalhau; 1930 NAVEGADOR, Parceria Marítima do Douro, gestor J. J.
Gouveia, Porto; 1935 foi-lhe instalado motor auxiliar; 1943 MARIA ONDINA,
Augusto Fernandes Bagão e Outros, Aveiro, que o colocou no tráfego comercial;
16/04/1946, como acima se relatou naufragou na barra do Douro, salvando-se toda
a tripulação e um cão de bordo, pela lancha P4, que esteve prestes a soçobrar,
e pelo salva-vidas da Afurada. .
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior.
(continua)
Rui Amaro
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