sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 128

DUAS PARTIDAS ESPECIAIS DE CARGA TRANSPORTADAS PARA LEIXÕES PELO VAPOR ALEMÃO "SIRIUS"


A 17/10/1933, pelas 17h00, entrou no porto de Leixões o vapor Alemão SIRIUS, a fim de descarregar material destinado às obras da então futura doca comercial daquele porto. Além dessa partida, transportou também o novo salva-vidas a motor denominado ALMIRANTE AUGUSTO DE CASTILHO, que foi oferecido pelo governo Alemão como prova de reconhecimento pelos esforços feitos pelo tripulantes dos dois salva-vidas naufragados, aquando da sua tentativa de salvamento das vidas a bordo do navio-motor Alemão GAUSS, encalhado na barra do Douro e em que perderam a vida parte da equipagem das duas embarcações. Aquele novo salva-vidas foi mais tarde enviado para os Açores, onde serviu a estação do ISN de Ponta Delgada, e em 1958, juntamente com outras embarcações foi à ilha de Santa Maria, a fim de colaborar nas tentativas de resgate dos náufragos do transbordador inter-ilhas ARNEL naufragado na costa daquela ilha em 19/09/1958.

SIRIUS - 72m/ 998tb/ 10 nós; 08/04/1922 entregue oelos estaleiros Atlas Werke AG, Bremen, à DG Neptun, Bremen; 19/03/1945 torpedeado e afundado pelo submarino Britãnico HMS VENTURER (D68), Lt. J. S. Launders, DSO/ DSC/ RN, ao largo de Namsos, Noruega.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Hundert Jahre NEPTUN, Bremen; Imprensa Diária.

(continua)

Rui Amaro

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 127

A DRAGA "ADRIAMNOS" CAI SOBRE A CHALUPA LAGOSTEIRA "NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS" E AMBAS EMBARCAÇÕES DETENHEM-SE VARADAS NO AREAL


A 10/10/1933, pelas 09h00, desencadeou-se forte ventania de sudoeste e às 16h00 começou a causar prejuízos na zona portuária de Leixões. A draga Holandesa ADRIAMNOS fundeada na bacia, com a força tempestuosa do vento e mar, foi de garra acabando por colidir com a chalupa lagosteira Portuguesa NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS da praça de Lisboa e quebradas as amarras, as duas embarcações foram impelidas pelo ciclone sobre o areal do cais das Gruas, ao norte, junto do porto de Serviço.

De imediato acorreram em auxilio das embarcações em dificuldade, os pilotos da barra com as suas lanchas e o rebocador MARS 2º, que safou a draga do areal, rebocando-a para a bóia do quadro dos vasos de guerra, ao norte, sendo o piloto José Fernandes Amaro Júnior, que orientou as manobras de reflutuação e amarração. A chalupa lagosteira, com cerca de 3.000 lagostas no seu viveiro, ficou varada e abandonada no areal, por conta da Companhia Holandesa das Obras do Esporão, para a qual aquela draga operava.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior

(continua)

Rui Amaro

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 126

O VAPOR INGLÊS "CARTERSIDE" DESEMBARCA NO RIO DOURO OS NÁUFRAGOS DO LUGRE VIANENSE "NOSSA SENHORA DA LAPA"


A 06/10/1933, pelas 17h00, entrou a barra do Douro o vapor Inglês CARTERSIDE, piloto Mário Francisco da Madalena, que navegando ao largo da costa do Algarve recolheu sete homens, que compunham a tripulação do lugre Português NOSSA SENHORA DA LAPA, da praça de Viana do Castelo, que se afundara por alturas de Faro devido a incêndio, que devorou o lugre carregado de pranchas e toros de pinho no porão e parte no convés, quando navegando à vela rumava aos portos de Almeria e Dénia, na costa do sul de Espanha.

O CARTERSIDE que procedia do porto de Cadiz e destinava-se ao porto de Londres, encontrava-se ao serviço da Anglo Portuguese Line, representada na cidade do Porto pela firma J. T. Pinto de Vasconcelos & Cia Lda., foi amarrar no lugar das Escadas da Alfândega, onde foram desembarcados os náufragos, que eram capitaneados pelo Comandante Fernando Oliveira da Velha e pelo seu piloto Manuel Gordinho, ambos de Ílhavo.

NOSSA SENHORA DA LAPA - Data-Base não encontrada.

CARTERSIDE – 64m/ 824tb/ 10 nós/ máquina à ré/ duplo fundo; 04/1917 entregue por Bartram & Sons, Ltd., Sunderland, como ENNISTOWN a Harrison Sons & Co.; Cardiff; 1922 SUNNYCROFT, Triumph Steamship Co., UK; 1923 CARTERSIDE, Side Shipping Co. Ltd., gestores Comnnel & Grace, Newcastle; 1936 YEWKYLE, j. Stewart & Co., Glasgow; 19/01/1945 afundado devido a colisão com o vapor Inglês SYLVIA BEALE, 69m/1.848tb, em rota do Blyth para Portslmouth, ao largo da costa de Suffolk.

Existe imagem do ENNISTOWN na página do estaleiro Bartram & Sons, Ltd. ©

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Bartram & Sons, Ltd.

(continua)

Rui Amaro

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 125

O PAQUETE CORREIO INGLÊS “HIGHLAND PATRIOT” EM LEIXÕES



HIGHLAND PATRIOT / postal da Royal Mail Lines /


A 06/10/1933, pelas 17h00, demandou o porto de Leixões, pela primeira vez, fundeando ao sul a dois ferros, o paquete Inglês HIGHLAND PATRIOT da Royal Mail Lines, Ltd. (Mala Real Inglesa), 166m /14.157tb/ 16 nós, em viagem dos portos de Londres, Cherbourg e Vigo para os portos de Pernambuco, Rio de Janeiro, Santos, Montevideu e Buenos Aires com escala pelos portos de Lisboa e Las Palmas. Aquele paquete correio, que escalou o porto de Leixões para desembarque e embarque de passageiros, foi pilotado de entrada pelo piloto Manuel Pinto da Costa e saiu passadas quatro horas, dirigido pelo piloto Carlos de Sousa Lopes. O seu agente na cidade do Porto era a firma Tait & Co. Ltd.

O HIGHLAND PATRIOT era de características idênticas aos seus gémeos HIGHLAND BRIGADE, HIGHLAND CHIEFTAIN, HIGHLAND HOPE, HIGHLAND MONARCH e HIGHLAND PRINCESS, tendo sido lançado à água a 10/12/1931 e entregue a 14/05/1932 pelo estaleiro Harland & Wolff, Belfast, para Nelson Line, a fim de substituir o HIGHLAND HOPE, que em 19/11/1930 se perdeu por encalhe nos Farilhões, Ilhas Berlengas, com a perda de uma vida. Em 1932, juntamente com os seus gémeos, foi transferido para a Royal Mail Lines, Ltd.


HIGHLAND HOPE encalhado nos Farilhões - Ilhas Berlengas / colecção F. Cabral - Porto /


A 29/12/1939, navegando sem escolta, o HIGHLAND PATRIOT foi atacado por engano pelo submarino Francês FRESNEL ao largo das Ilhas Canárias, que julgava ter um navio de pavilhão Germanico no alvo, felismente não resultou danos físicos nem materiais.

Logo após o início da guerra foi requisitado pelo Ministério da Guerra e Transportes (M.O.W.T) e a 01/10/1940 era torpedeado e afundado pelo submarino Alemão U-38, Kptl. Heinrich Liebe, quando a 500 milhas para oeste de Bishops Rock, sem escolta, se dirigia ao Clyde. Das 171 vidas a bordo, 3 foram consideradas desaparecidas. Os sobreviventes foram recolhidos pelo HMS WELLINGTON (L65), Cdr.R.E. Hyde Smith, RN, sendo desembarcados em Greenock.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; U-Boat Net, Royal Mail Lines.

(continua)

Rui Amaro

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 124

O “NRP VOUGA” NOVAMENTE NO RIO DOURO

A 21/09/1933, pelas 10h00, entrou no porto de Leixões o NRP “VOUGA”, contratorpedeiro, vindo do rio Douro e fundeando ao norte a dois ferros. O cabo-piloto António da Silva Pereira foi o prático responsável pela condução daquele vaso de guerra em ambos os portos.
Fonte: José Fernandes Amaro Junior

(continua)

Rui Amaro

domingo, 5 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 123

O PETROLEIRO “BRITISH HOPE” DESEMBARCOU EM LEIXÕES A TRIPULAÇÃO DO VAPOR “MAGYAR” QUE HAVIA NAUFRAGADO AO LARGO DE AVEIRO


BRITISH HOPE


A 18/09/1933, pelas 18h00, arribou ao porto de Leixões, tendo ancorado a meio da bacia a dois ferros o petroleiro Inglês BRITISH HOPE, piloto José Fernandes Amaro Júnior, a fim de desembarcar a tripulação do vapor Húngaro MAGYAR, que se afundara ao largo da costa de Aveiro, Aquele petroleiro, que procedia do Golfo Pérsico, deixou o porto de Leixões às 21h30, piloto Manuel Pinto da Costa, de rumo ao porto de Londres.

BRITISH HOPE – 140m/ 6.951tb/ 10 nós/ 03/1928 entregue por Caledobn Shipbuilding & Engineering Co., Ltd., Dundee, à British Tanker Oil Co., Ltd., Glasgow; 11/10/ 1957 arrived Milford Haven for breaking up.

MAGYAR – 101m/ 2.808tb/ 10 nós; 12/1907 entregue por Stephenson, Hebburn-on-Tyne, como STELLA A Navigazione Libera Triestina SA, Trieste; 1915 INGUL, Russia Navy; 1918 STELLA; 1930 MAGYAR, Pannonia Hungarian; Budapeste; 17/09/1933 colidiu com o petroleiro BRITISH HOPE e acabou por se afundar.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Miramar Ship Index

Imagem: Photoship Co., Uk – autor desconhecido.

(continua)

Rui Amaro