quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 120

NRP VOUGA, NOVO VASO DE GUERRA DA ARMADA PORTUGUESA, DEMANDA A BARRA DO DOURO


NRP VOUGA - V / D334 . foto de autor desconhecido.


A 24/08/1933, pelas 17h50, entrou a barra do rio Douro pela primeira vez, a fim de ser apresentado à região do Porto, o ricem construído NRP VOUGA, contratorpedeiro, sendo pilotado pelo cabo-piloto Alexandre Cardoso Meireles, que o foi amarrar às bóias do quadro dos navios de guerra no lugar do Bicalho; Massarelos.

Aquele vaso de guerra foi escoltado desde de fora da barra até ao ancoradouro por um grande número de embarcações, desde traineiras, rebocadores até pequenos barcos de pesca e do tráfego fluvial, embandeirados em arco e das margens uma enorme multidão assistia à sua passagem observando as suas linhas elegantes. Aquele contratorpedeiro, quando passou diante do cais da Meia Laranja, salvou terra com tiros de canhão, tendo sido correspondido por salvas da artilharia do quartel da Serra do Pilar.

NRP VOUGA – Deslocamento máximo 1.588,45 tons/ Comprimento total 98,15m/ Noca máxima 9,5om/ Pontal 5,71m/ Raio de acção 4.800 milhas à velocidade de 15 nós; / Três caldeiras aquitubulares/ Potência de máquinas 33.000 cavalos/ Armamento 4 canhões de 120mm, 3 de 10mm, aa., 3 de 20mm aa., 4 tubos lança torpedos de 533mm, 4 morteiros, 2 lança-bombas de profundidade, e, eventualmente, 22 minas, com calhas de lançamento/ Capacidade para combustível, nafta, 296 tons. 345 tons como máximo/ 2 hélices/ Velocidade máxima 36 nós/ Guarnição, 9 oficiais e 162 sargentos e praças/ 1933 construído pelo estaleiro Yarrow (Shipbuilders) Ltd., Scotstoun, Clyde para a Marinha de Guerra Portuguesa, sendo ministro da Marinha, o vice-almirante Magalhães Correia/ Identificação de amura, primitivamente a letra V e em 1946 alterou para o número NATO D334.

Os seus gémeos eram os seguintes: DOURO (1) DR; TEJO (1) T; LIMA, L/ D333; DOURO (2), DR/ D332; DÃO, D/ D331; TEJO (2), T/ D335, construídos entre 1932 e 1935. Os dois primeiros foram cedidos à Armada da Republica da Colômbia, tomando os nomes de ARC ANTIOQUIA e ARC CALDAS e foram construídos também pela casa Yarrow, Scotstoun, assim como o LIMA. O DOURO (2), TEJO (2) e o DÃO foram construídos pelos estaleiros da Sociedade de Construções e Reparações Navais, Lisboa.

Todos aqueles vasos de guerra foram encomendados ao abrigo do Programa Naval Português, cuja execução fora decretada em 1930 e iniciada em 1931 da responsabilidade do ministro da marinha, Almirante Magalhães Corrêa, sendo reconstruídas e modernizadas nos estaleiros Yarrow, Scoststoun, de 1947 a 1949, sendo ministro da marinha o contra-almirante Américo Thomaz, tendo por volta de 1955 recebido melhoramentos nos estaleiros da CUF, Lisboa.

Os cinco “destroyers” que conservaram a bandeira nacional começaram a ser desactivados entre 1959 e 1969.



Fotografia que apresenta um acontecimento pouco vulgar, tanto no histórico da Flotilha de contra-torpedeiros da classe NRP VOUGA, como do porto comercial do Douro, em que mostra a flotilha constituída pelos NRP DÃO, DOURO, LIMA, TEJO e VOUGA amarrados no rio Douro a 24/06/1936, por ocasião das festas da cidade do Porto, o S. João, que se deslocaram ao Norte, a fim do NRP DOURO receber a bandeira Nacional, oferecida por uma comissão de Senhoras, a cuja cerimónia presidiu o ministro da marinha. De inicio aquelas unidades navais estiveram amarrados em fila e mais tarde foram colocados de braço dado, para que se realizasse um baile promovido pela dita comissão de Senhoras.

Todas aqueles vasos de guerra demandaram a barra a 23/06 vindos do Tejo e largaram a 01/07 para Setúbal.

Segundo relato da Revista da Armada sobre esta classe de navios, foi esta a única ocasião em que toda a flotilha se encontrou reunida fora das instalações da Base naval de Lisboa e em que cidade do Porto teve o maior número de navios de guerra, particularmente de algum porte. / colecção F. Cabral – Porto /.


Fontes: José Fernandes Amaro Júnior, Revista da Marinha.

(continua)

Rui Amaro

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